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Bolsonaro deve falar menos e focar em assuntos 'relevantes', diz especialista em marketing

A popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PSL) já teve dias melhores. O ex-deputado federal tem a pior avaliação após 3 meses de governo entre todos os presidentes eleitos desde 1985. Para entender o cenário, a Sputnik Brasil falou com Flavio Ferrari, consultor de comunicação e marketing e ex-diretor dos institutos Kantar Media, Ipsos e GfK.
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O quadro de pior avaliação após 3 meses de governo foi revelado por pesquisa do Datafolha. Segundo o instituto de pesquisa, 33% avaliam a gestão como regular, 32% como ótimo ou bom e há 30% de de ruim ou péssimo.

O cenário de desgaste também já havia sido registrado por levantamento do Ibope, que registrou queda de 15 pontos percentuais na avaliação como ótimo ou bom do governo. A cifra de 34% de ótimo ou bom é pior do que os números de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff no mesmo período de seus mandatos.

Ferrari acredita que há um núcleo eleitores convictos e seguidores de Bolsonaro que segue apoiando o capitão reformado do Exército por acreditar e apoiar sua agenda. A queda nos números e na popularidade, acredita o consultor, vem por conta de um segundo grupo que escolheu Bolsonaro com o objetivo de manter o PT longe do poder.

"Esse primeiro grupo tem uma atitude bastante suportiva, permanentemente, não importa o que o presidente esteja dizendo ou fazendo, vão continuar apoiando porque eles acreditam. O presidente é de fato uma liderança significativa para eles. O segundo grupo tende a ser crítica, o apoio não é incondicional. Portanto ele são mais sensíveis a qualquer ruído na comunicação", diz o especialista em marketing político.

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O consultor também diz que a população tinha a expectativa de que "o governo fosse mais eficiente" para enfrentar dois problemas que mais preocupam a sociedade: o desemprego e a segurança.

Entretanto, episódios como as trocas de ministros prejudicam o desempenho de Bolsonaro. Prestes a completar 100 dias de mandato, o presidente do PSL já trocou seu ministro da Educação e da Secretaria-Geral da Presidência da República.

"Se eu tivesse uma recomendação para a comunicação, eu diria: primeiro, fale menos. E fale das coisas que são absolutamente relevantes e sempre que possível apontando efetivamente quais são as ações que vão ser tomadas, qual é o planejamento", diz Ferrari.

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