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Especialista promete 'céu de brigadeiro' para helicópteros russos no Brasil

Jornalista e especialista em defesa e relações internacionais, Pedro Paulo Rezende, comemorou abertura de centro de manutenção de helicópteros da família Mi no Brasil e prevê aumento de vendas do equipamento russo no país.
Sputnik

A empresa Vertolyoty Rossii (Helicópteros da Rússia), parte da corporação estatal Rostec, inaugurou um centro de serviços e de manutenção técnica de helicópteros Mi-35M em Belo Horizonte

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Em 2014, a Rússia entregou 12 helicópteros Mi-35M para o Brasil. O centro foi criado como parte de um projeto de compensação do contrato de fornecimento dos Mi-35M.

Além disso, os helicópteros Mi-171, que também já operam no Brasil, utilizam os mesmos componentes. 

Essa é uma das grandes vantagens da abertura do centro, disse Pedro Paulo Rezende, jornalista e especialista em defesa e em relações internacionais, à Sputnik Brasil.

"Uma das coisas boas da engenharia russa é que os helicópteros compartilham os mesmos componentes mesmo quando desempenham versões diferentes", explicou

"Mi-35 é um helicóptero de assalto e o Mi-171 é de transporte e de carga que está sendo usado em plataformas de petróleo da Petrobrás. E tem o Mi-28, que a Rússia propôs aos Exército Brasileiro como helicóptero de ataque. Os três usam os mesmo motores, os mesmos sistemas de engrenagem e os mesmos rotores", acrescentou. 

Por isso o centro de manutenção vai atender muito mais, do que os Mi-35, afirmou Pedro Paulo Rezende. Segundo ele, a medida vai resolver um velho problema de relacionamento entre a empresa russa com o Exército e a Aeronáutica.

"É um passo importante para firmar a imagem dos equipamentos russos aqui no Brasil". 

Antes disso, técnicos vinham para o Brasil, mas a sua disponibilidade era baixa. Depois a Helicópteros da Rússia ofereceu montar um centro de manutenção no Peru, mas essa proposta também não agradou os militares brasileiros. Assim, por falta de um centro no país, existia uma força contra a aquisição desses equipamentos.

"Era uma coisa quase esquizofrênica. Porque os pilotos adoravam o helicóptero, e a Força tinha problema de mantê-los. Ou seja, ninguém quer abrir mão dos Mi-35, mas os problemas de manutenção forçavam a Aeronáutica a ter uma visão negativa sobre o material russo. Agora isso vai acabar".

"[Mi-35] é uma peça importante no combate ao narcotráfico. Alguns aviões leves já foram interceptados pelo Mi-35. Aliás, ele foi comprado para isso, para combater o narcotráfico. E a imagem que os pilotos tem do helicóptero é fantástica. Eles adoram o helicóptero. Acham ele rústico e resistente. Ele é veloz e cumpre bem a missão dele", disse o jornalista.

O especialista culpou pelas tensões anteriores, além da empresa russa, a própria Força Aérea Brasileira, que, segundo ele, não conseguiu fechar o melhor pacote de vendas possível, que contemplasse de saída centros de manutenção e mais transferência de tecnologia. No entanto, com a abertura do centro em Belo Horizonte, Pedro Rezende diz que agora  é "só tocar adiante com céu de brigadeiro".

"Agora com o centro de manutenção lá em Belo Horizonte, eu acredito que as vendas dos helicópteros Mi, da Vertolyoty Rossii, devem se multiplicar no país", concluiu ele.

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