Notícias do Brasil

Bolsonaro nega relação com a morte de Marielle Franco em entrevista à TV nos EUA

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro concedeu entrevista na noite desta segunda-feira nos Estados Unidos, onde está para uma visita oficial ao presidente norte-americano Donald Trump. O mandatário foi pressionado e falou sobre temas polêmicos.
Sputnik

Bolsonaro foi entrevistado pela jornalista Shannon Bream, da rede conservadora Fox News, e teve de falar sobre a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada junto ao seu motorista há pouco mais de um ano no Rio de Janeiro.

Perguntado sobre o fato de um dos suspeitos pelos crimes ser morador do seu condomínio, na Barra da Tijuca, Bolsonaro voltou a dizer que não conhecia o policial militar reformado Ronnie Lessa, tampouco tinha informações sobre um suposto namoro de um dos seus filhos com uma filha do PM, que está preso.

Bolsonaro assina acordo que permite que os EUA lancem satélites em Alcântara

O presidente brasileiro também negou que possa ter qualquer ligação com a morte de Marielle, possibilidade por enquanto descartada pelas autoridades do Rio, mas ventilada nas redes sociais por conta das ligações da família Bolsonaro com milicianos – vários homenageados ou cujos parentes foram empregados por integrantes do clã.

"Eu só descobri quem era Marielle Franco depois que ela foi morta. Ela era uma vereadora e eu nunca — nunca ouvi nada sobre sua vida. E mais um ponto: que tipo de motivação eu poderia tem que ser o mentor de algum tipo de assassinato assim? Eu nem sequer a conhecia", declarou.

O mandatário brasileiro, identificado pela Fox News como "o Trump dos Trópicos" polêmico e de extrema-direita, foi questionado ainda sobre o polêmico vídeo de conteúdo explícito que postou em seu Twitter no Carnaval. Na entrevista, ele reforçou que acredita em valores familiares tradicionais e não nutre ressentimento em relação à comunidade homossexual.

Contudo, Bolsonaro criticou o que chamou de tentativas de classificá-lo como um "fanático".

"Uma das coisas que me elegeu como presidente foi o meu sentimento de respeito às famílias, princípios, tradição e costumes. E, claro, o respeito à nossa cultura, bem como à nossa religião. Sou um cristão", alegou o presidente brasileiro, defendendo a sua postagem.

'Brasil ama os EUA', diz Guedes ao oferecer abertura unilateral ao governo Trump

Bolsonaro ainda falou do que espera do seu encontro desta terça-feira com Trump. O presidente brasileiro destacou que concorda com a política atual norte-americana de controle das fronteiras.

"A grande maioria dos potenciais imigrantes não tem boas intenções. Eles não pretendem fazer o melhor — ou fazer o bem ao povo dos EUA", sentenciou Bolsonaro, ele próprio um crítico quando deputado da política migratória brasileira.

O mandatário brasileiro espera que o encontro com o líder dos EUA em Washington seja calcado "na perspectiva de ajudar uns aos outros".

Comentar