Quedas de Boeing 737 são resultado da pressa e erros de engenheiros americanos, diz piloto

O incidente com o Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines causou uma agitação sem precedentes. Por que aviões da modificação mais moderna, que entraram em operação comercial apenas em 2017, caem causando a morte de centenas de pessoas? O piloto russo Makar Aksenenko deu sua opinião sobre esse assunto.
Sputnik

Após a queda do Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines logo após a decolagem de Addis Abeba no domingo (10), o segundo incidente envolvendo o mesmo modelo de avião nos últimos cinco meses, mais de 40 países, incluindo o Brasil, decidiram banir temporariamente as aeronaves 737 MAX da Boeing.

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Mas o que poderia ter causado a queda deste avião moderno? Um erro dos construtores, problemas com equipamento eletrônico ou baixo nível de qualificação dos pilotos? O piloto comercial e ex-piloto militar Makar Aksenenko respondeu a essas perguntas.

Segundo ele, esses incidentes mostram que a Boeing tem problemas de qualidade nos seus aviões e que isso não foi um acidente fortuito.

Aksenenko sublinhou que não é a primeira vez que um Boeing 737 está envolvido em uma catástrofe e lembrou as quedas do voo Flydubai 981 em 2016 e do voo Tatarstan Airlines 363 em 2013.

"Naquela época foram os pilotos que foram acusados de não saberem voar. A investigação evitou a versão de que se tratava de um erro de programação no software do Boeing 737, de um possível problema na estrutura do estabilizador ou do sistema de seu controle. Até agora tudo isso foi 'apagado’ com sucesso pelos lobistas da Boeing, tanto no exterior como na Rússia", declarou ele à Sputnik Vietnã.

Agora o clamor público e o risco de perder para a concorrência encurralaram a Boeing, opina o piloto.

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"[A Boeing] será forçada a lidar com as questões urgentes ligadas à fiabilidade dos últimos modelos de aviões da Boeing. Um bom exemplo disso são problemas com a fiabilidade e os prazos de entrada em exploração comercial do Dreamliner [Boeing 787] e a fiabilidade do modelo 737 MAX. Lembro que os dois modelos foram desenvolvidos às pressas extraordinárias para alcançar a empresa Airbus", opinou o piloto.

A queda do voo ET 302 da Ethiopian Airlines ocorreu no domingo (10). Um avião deste modelo caiu logo após decolar de Addis Abeba. Todas as 157 pessoas a bordo do avião da companhia aérea etíope morreram no acidente, o segundo envolvendo o mesmo modelo de avião nos últimos meses. No final de outubro, um Boeing 737 MAX da companhia aérea Indonesian Lion Air mergulhou no mar de Java pouco depois da decolagem, matando 189 pessoas.

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