'Novo Vietnã': por que Trump não se atreve enviar tropas dos EUA à Venezuela?

O presidente dos EUA Donald Trump entende que participação dos militares americanos no conflito na Venezuela poderia virar para Washington um "novo Afeganistão" ou "novo Vietnã", opinou o analista Vladimir Batyuk.
Sputnik

De acordo com Vladimir Batyuk, chefe do Centro de Pesquisas Político-Militares do Instituto dos EUA e Canadá (Academia de Ciências da Rússia), que hoje em dia as autoridades americanas não têm a única postura no que se refere à politica externa. Além da Câmara dos Representantes (câmara baixa) do Congresso que representar uma oposição direta a Trump, existe uma grande parte das autoridades executivas que "o odeia" e "o considera uma vergonha e maldição para os EUA".

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Segundo o analista, Trump não se interesse pela expansão dos valores liberais ou democracia pelo mundo e substituição de governos, mas apenas pela promoção dos interesses das empresas americanas.

Para Batyuk, é o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, que é responsável pela crise venezuelana. O próprio presidente dos EUA foi obrigado a aceitar um compromisso e incluir Bolton na sua equipe, embora tenha uma opinião diferente quanto à politica externa.

"Quanto a próprio Trump, como entendo, ele ainda não aprovou o uso das algumas forças armadas americanas para mudar situação na Venezuela. Acredito que sem isso, a oposição venezuelana não tem chances nenhumas", explicou o analista à Sputnik.

"Atualmente o comando meridional das Forças Armadas dos EUA não dispõe das divisões prontas que poderiam ser usadas em um conflito local. No caso da intervenção militar dos EUA na Venezuela, Washington deveria transferir ali tropas de outras partes do mundo, que não conhecem condições e situação locais, isso poderia levar em novo Vietnã ou ate em novo Afeganistão", explicou ele, referindo-se à Guerra do Vietnã e Guerra do Afeganistão.

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Segundo o analista, Trump entende essa situação e usa mecanismo de sanções que não tem nada a ver como a substituição de governos pelos realizada pelas administrações americanas anteriores através dos fuzileiros navais.

A tensão política na Venezuela aumentou desde que, em janeiro de 2019, o líder da oposição Juan Guaidó se declarou presidente interino do país.

Os EUA e vários países da Europa e América Latina, inclusive o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente interino do país. A Rússia e muitos outros países manifestaram seu apoio a Maduro como presidente legítimo do país e exigiram que os outros países respeitem o princípio de não interferência nos assuntos internos do país latino-americano.

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