Analista americano anuncia ameaça da aproximação entre Rússia e China para EUA

A aproximação da Rússia com a China ameaça a hegemonia mundial dos EUA e pode fazer definhar o potencial científico e tecnológico de Washington, de acordo com o observador da agência norte-americana Bloomberg e professor da Universidade Johns Hopkins, Hal Brands, que se baseou nas conclusões dos serviços de inteligência dos EUA.
Sputnik

De acordo com Brands, o relatório da inteligência norte-americana "derramou luz" sobre tendências que, segundo ele, "podem mudar seriamente a situação mundial para pior".

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Entre elas está a aproximação entre a China e a Rússia, apontou.

"A China e a Rússia estão mais alinhadas que em qualquer outro momento desde meados dos anos 1950", indicou o observador.

Segundo ele, em meio a uma atitude similar perante a influência dos EUA no palco internacional, prevê-se uma aproximação ainda maior entre a Rússia e a China. Moscou e Pequim colaboram em tais esferas como manobras militares, exportação de armamentos, energia e economia, indicou Brands. Tal colaboração, segundo ele, dará capacidade a cada um destes países para se opor aos EUA.

As relações entre a Rússia e China, provavelmente, têm limites a longo prazo, contudo, a médio prazo Washington vai lidar com uma quase aliança entre seus dois adversários principais, ressaltou o observador.

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Além disso, Brands mencionou as relações entre os EUA e seus aliados no palco internacional. De acordo com ele, a retórica negativa do presidente norte-americano Donald Trump em relação aos aliados, bem como sua inclinação para guerras comerciais contra parceiros próximos de Washington, forçou muitos países a considerarem a possibilidade de ter um plano geopolítico de retaguarda, o que também preocupa a inteligência norte-americana.

Além disso, um grande papel na questão da liderança internacional é desempenhado pelas tecnologias avançadas e emergentes, o que também foi mencionado pelos serviços de inteligência dos EUA, apontou Hal Brands.

"Está longe de estar garantido que os EUA sairão vencendo nessa rivalidade [com a China e a Rússia]. A liderança intelectual dos EUA em ciência e tecnologia ficou corroída", escreveu o observador.

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