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Chegada do Mi-171A2 mostra mudança de paradigmas do mercado brasileiro, diz especialista

O helicóptero multifuncional Mi-171A2 iniciou o processo de certificação no Brasil pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e em breve poderá ser comercializado no mercado aeronáutico do país.
Sputnik

Ele chegará para substituir o Mi-171A1. A nova versão é mais versátil, com um sistema eletrônico mais avançado, com cockpit inteiramente digital e com outros recursos que ampliam a capacidade de operação da aeronave.

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A Sputnik Brasil entrou em contato com Cláudio Lucchesi, diretor da Revista Asas e especialista em aviação, para saber como ele enxerga a entrada do Mi-171A2 no mercado brasileiro.

Segundo Lucchesi, a aeronave tem um potencial bom no mercado brasileiro, mas a empresa russa Mil, fabricante do helicóptero, precisa conseguir trabalhar sua imagem no Brasil para vencer certos paradigmas e preconceitos da sociedade brasileira em relação a veículos de fabricação russa.

"Durante décadas, o mercado brasileiro foi informado sobre a aviação russa do ponto de vista da Guerra Fria em que as qualidades da indústria aeronáutica russa eram depreciadas. Tudo isso cria um ambiente em que, mesmo que você tenha um produto de qualidade como é o caso, é necessário um trabalho muito persistente, muito bem feito de conquista de corações e mentes para retirar uma visão antecipada e preconceituosa do equipamento", disse à Sputnik Brasil.

Lucchesi elogiou a nova versão da aeronave que combina as tecnologias usadas na construção da série Mi-8/17 com motores e aviônica mais modernos.

"A motorização foi alterada, de modo que ele possui um motor mais moderno, com controle computadorizado, resultando em uma economia de operação e também menores custos de manutenção, um motor com tempo de vida maior, que permite que a manutenção seja feita via eletrônica", explicou.

Segundo especialista, outras empresas também tiveram dificuldades para conquistar o mercado brasileiro inicialmente, mas que, depois de certo tempo, acabaram se estabilizando.

"É um player novo querendo entrar no mercado brasileiro. A gente vê que mesmo fabricantes tradicionais como a Leonardo Company tiveram um trabalho muito persistente de cavar ao longo de muito tempo um espaço para conquistar a fatia de mercado que tem hoje", completou.

A versão anterior é usada pela Petrobras desde 2010 e vem sendo elogiada pela sua capacidade de operação e bom custo-benefício.

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