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Guedes defende privatizações comparando estatais com 'filhos drogados'

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender nesta sexta-feira a privatização de estatais brasileiras. Ele destacou que o momento é agora, e para se fazer entender, comparou as empresas pertencentes ao governo federal a "filhos drogados".
Sputnik

"Eu falava que tinha que vender todas [as estatais], mas naturalmente nosso presidente [Jair Bolsonaro] e nossos militares às vezes olham para algumas delas com carinho, porque eles criaram elas como filhos desde lá atrás. Só que eu estou dizendo: olha só, seus filhos fugiram e estão drogados", afirmou Guedes em declarações reproduzidas pela Agência Reuters.

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As declarações do ministro da Economia, conhecido como o "Posto Ipiranga" de Bolsonaro, foram dadas durante uma apresentação em um evento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre desestatizações no setor elétrico.

Na visão de Guedes, a Eletrobras – principal estatal no radar do programa de privatizações do governo, que ainda conta com a negociação de aeroportos e outros equipamentos com a iniciativa privada – é um exemplo daquilo que precisa ser privatizado no país.

Entretanto, há resistências no Congresso Nacional e em setores do governo, como as Forças Armadas, quando o assunto é fazer uma privatização ampla das estatais brasileiras. Para esses mesmos setores, é preciso avaliar caso a caso, algo que é diferente entre os liberais liderados por Guedes.

"Mas eles [os militares] têm sido extraordinários no apoio, não recebi nunca uma admoestação", revelou o ministro da Economia, direcionando os seus comentários aos membros da equipe de Bolsonaro, recheada de egressos da área militar, como o vice-presidente Antônio Hamilton Mourão.

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Na opinião de Guedes, há um novo momento na política brasileira e que, em suas conversas com parlamentares, ele sentiu que há espaço para discutir e avançar com a pauta das privatizações em 2019 – ele conta com as negociações para cobrir parte do déficit orçamentário neste ano.

"Os partidos que se organizem em torno desses valores. E não é uma política alimentada com votos de mercenários comprados através de posições em estatais. Esse modelo esta morrendo", destacou.

O ministro da Economia disse ainda esperar a ajuda de estados e municípios, que também seriam beneficiários da venda de estatais neste ano.

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