Base 'secreta' norte-coreana ameaça relações entre Trump e Kim

Falta menos de um mês para a nova cúpula entre o presidente norte-coreano, Kim Jong-un, e o mandatário estadunidense, Donald Trump. No entanto, vários especialistas supõem que o frágil entendimento que existe entre as partes está em risco por culpa do informe apresentado por um think tank estadunidense.
Sputnik

O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) dos EUA apresentou há pouco um documento dedicado a uma base militar não declarada da Coreia do Norte, que poderá abrigar mísseis balísticos capazes de portar ogivas nucleares.

Campanha midiática

De acordo com o analista em assuntos coreanos, Gueorgui Toloraya, a publicação do relatório faz parte de uma campanha de mídia que visa obstruir o processo diplomático entre Washington e Pyongyang. O documento poderia ajudar a endurecer as exigências a serem apresentadas pelos EUA à Coreia do Norte.

"A Coreia do Norte não deve declarar nada a ninguém, incluindo suas bases de mísseis. Isso não tem nada a ver com o processo de desnuclearização, uma coisa são mísseis e outra são armas nucleares e foguetes capazes de transportar ogivas deste tipo", indicou.

Segundo o especialista, a existência e a localização dessas instalações já são conhecidas há muito tempo. Assim, os dados apresentados pela entidade americana não representam qualquer revelação.

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De acordo com os dados do projeto Beyond Parellel, a base de Sino-ri "sempre serviu a uma ampla variedade de objetivos". Por exemplo, foi usada como centro de testes e desenvolvimento e centro de treinamento das forças estratégicas do Exército Popular da Coreia.

O relatório, entre outras coisas, destaca que a base e os mísseis Nodong ali implantados fazem parte daa suposta estratégia nuclear norte-coreana. Graças a isso, o país asiático tem capacidade suficiente para um primeiro ataque nuclear ou convencional contra alvos localizados em toda a península coreana e na maior parte do Japão.

Programa nuclear norte-coreano

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Ao falar sobre o programa nuclear do país, o especialista explicou que as armas nucleares não são uma prioridade para Pyongyang, detalhando que seu desenvolvimento ou uso não contribui para a segurança da nação comunista.

"Os norte-coreanos precisam de seus mísseis nucleares apenas para mostrar ao mundo seu poder e melhorar seu desenvolvimento técnico-militar. Pyongyang provou que, teoricamente, é capaz de realizar um ataque nuclear contra a parte continental dos Estados Unidos. Washington concordou em se sentar à mesa para negociar", concluiu.

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