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Brasil e China amenizam mal-estar gerado na campanha eleitoral, diz economista

A China está disposta motivar suas empresas a participar dos programas de privatizações e de parcerias de investimentos que venham a ser propostas pelo governo brasileiro, disse nesta quarta-feira (22), o embaixador chinês no Brasil Yang Wanming.
Sputnik

Segundo a autoridade, o governo Bolsonaro "vai beneficiar o desenvolvimento dos dois povos". O embaixador visitou nesta terça-feira o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes.

Segundo o economista especialista em China, Roberto Dumas, a declaração de Yang Wanming e a reunião do embaixador com o ministro Pontes ajudam a apaziguar o mal-estar gerado entre os dois países durante a campanha eleitoral. Não foram poucas as ocasiões em que Bolsonaro criticou a presença de investimentos chineses no Brasil.

"Essa declaração vem para diminuir qualquer dúvida, qualquer nuvem que deva ter ficado na compreensão dos agentes econômicos domésticos e internacionais de qualquer movimento inescrupuloso de que o Brasil não quer investimento chineses", disse Roberto Dumas em entrevista à Sputnik Brasil.

Além da visita a Marcos Pontes, o embaixador chinês se encontrou na semana passada com o ministro da Economia Paulo Guedes.

Durante a entrevista, Dumas deu destaque para o investimento que os chineses podem trazer para o sistema de infraestrutura brasileiro, como ferrovias, portos, entre outros.

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"A gente precisa de investimentos de toda ordem, de transporte, de tudo. Os chineses não virão com os 240 bilhões por ano, mas ajuda muito a desatravancar um pouquinho essa necessidade, tirar um pouquinho essa lanterna que o Brasil ocupa no desempenho de infraestrutura", afirmou.

Para Luiz Augusto Castro Neves, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China e e ex-embaixador do Brasil na China, os investimentos podem ser extremamente variados.

"Essas áreas são as mais variadas possíveis e vão desde o agronegócio até o setor de petróleo e gás, de energia, não só a geração de energia, mas também a transmissão de energia e a distribuição de energia", destacou.

Luiz Augusto Castro Neves minimizou as falas da campanha eleitoral de Bolsonaro. Disse que não houve mal-estar entre os dois países, mas que a relação poderia melhorar.

"Elas podem melhorar, elas estão em um nível importante. Basta examinar o fato de que a China é nosso principal parceiro comercial e nosso maior investidor em termos de fluxo, mas evidentemente as oportunidades ainda estão aí", comentou.

O embaixador Yang Wanming também se mostrou otimista em relação a amplitude dos campos de cooperação entre os dois países como, por exemplo, as áreas digital, de novas energias, de biotecnologia, espacial, de mudanças climáticas e de novos materiais.

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