Washington ameaça Damasco com 'resposta muito dura' em caso de ataque químico

Apesar da ausência de quaisquer incidentes com armas químicas na Síria, os EUA continuam culpando diretamente o governo sírio por acidentes com esse tipo de armas no território do país árabe.
Sputnik

O anúncio do presidente americano Donald Trump sobre a retirada das tropas dos EUA estacionadas na Síria não parece ter afetado o curso geral da política de Washington no país árabe. A mais recente ameaça contra o governo de Bashar Assad foi feita neste sábado (5) pelo assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton.

"Não há absolutamente nenhuma mudança na posição dos EUA contra o uso de armas químicas pelo regime sírio e não há absolutamente nenhuma mudança em nossa posição de que qualquer uso de armas químicas enfrentará uma resposta muito dura, assim como já o fizemos duas vezes antes", declarou Bolton aos jornalistas pouco antes de aterrissar em Tel Aviv, Israel.

Bolton também lembrou que Washington responsabilizará o presidente sírio, Bashar Assad, por qualquer incidente relacionado a armas químicas.

"À medida que elaboramos como a retirada [das tropas dos EUA] e as circunstâncias ocorrerão, não queremos que o regime de [Bashar] Assad veja o que fazemos como uma representação de que nossa oposição ao uso de armas de destruição em massa diminuiu ao mínimo", disse Bolton à Reuters.

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Os EUA continuam culpando diretamente Damasco por quase todos os incidentes com armas químicas na Síria, ignorando a evidência real. Trump bombardeou a Síria em duas ocasiões pelo uso de armas químicas alegadamente por parte do governo sírio, em abril de 2017 e abril de 2018. O ataque aéreo no ano passado foi feito com a ajuda de Londres e Paris em resposta ao suposto ataque químico contra a cidade de Douma (Ghouta Oriental), da qual o Ocidente acusou o governo de Bashar Assad sem ter nenhuma prova.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por sua vez, destacou que os ataques de natureza informacional sobre o suposto uso de armas químicas pelas forças do governo sírio visavam encobrir os terroristas e justificar uma possível ação militar externa. O ministério alertou contra qualquer ação militar baseada em relatórios improvisados e fabricados, acrescentando que isso pode ter consequências severas.

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