Recente ataque aéreo na Síria mostra que Israel está mudando de tática, diz ex-embaixador

O recente ataque aéreo de Israel contra a Síria, envolvendo o uso de voos civis como cobertura para a operação, mostra que os israelenses estão mudando de tática contra Damasco, disse à Sputnik o ex-embaixador do Reino Unido na Síria, Peter Ford.
Sputnik

Na quarta-feira (26), um comunicado do Ministério da Defesa da Rússia detalhou que seis caças israelenses F-16 usaram dois aviões comerciais como cobertura, enquanto estes se preparavam para pousar em Damasco e Beirute.

A empresa israelense ImageSat publicou imagens da área onde os ataques destruíram um armazém militar onde supostamente se encontravam armas iranianas.

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O ataque aéreo de quarta ocorreu depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu continuar as operações militares na Síria para combater a presença militar do Irã.

"Isso mostra um novo modus operandi dos israelenses, eles não estão mais com medo de seus aviões serem derrubados", disse Ford na quinta-feira (27).

"Graças aos russos, o Exército sírio agora melhorou as defesas antiaéreas, por isso os israelenses estão usando novas táticas, e parece que uma delas é se esconder atrás de outras aeronaves", complementou.

Em setembro, Israel usou a mesma tática e foi acusado por Moscou de usar uma aeronave russa como escudo contra os sistemas antiaéreos sírios, o que causou a queda de um avião de reconhecimento russo transportando 15 tripulantes.

"Eles [os russos] deram rédea solta aos seus parceiros sírios e estão dizendo aos israelenses que os 'sírios, se conseguirem, derrubarão suas aeronaves. Não nos procurem para nenhum tipo de proteção", disse o ex-embaixador.

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Ford ainda sugere que o anúncio dos Emirados Árabes Unidos de que iriam reabrir sua embaixada na Síria, abrirá caminho para a normalização dos laços entre a Síria e o aliado dos EAU, ou seja, a Arábia Saudita, que apoiou as forças antigovernamentais na guerra civil de 7 anos da Síria.

"É apenas uma questão de tempo até os sauditas retomarem as relações e a Síria ser readmitida na Liga Árabe", concluiu.

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