Mais armas dos EUA para Ucrânia só vão piorar o conflito, afirmam legisladores russos

Entregas adicionais e "contínuas" de armas dos EUA à Ucrânia aumentariam as tensões e minariam os esforços pela paz em solo ucraniano, disseram autoridades russas depois que o enviado especial estadunidense, Kurt Volker, anunciou tais planos, além de mais sanções.
Sputnik

"O que está no Congresso é um pacote de financiamento militar de cerca de US$ 250 milhões e a capacidade de vender equipamentos adicionais", afirmou Volker a repórteres em Bruxelas na segunda-feira. "Nos próximos meses haverá alguns anúncios sobre as primeiras parcelas. E isso estará em andamento".

Ele também afirmou que a Ucrânia está "sob ataque" da Rússia e defendeu uma presença militar ocidental perto ou mesmo dentro daquele país, para "aumentar a visibilidade das ações da Rússia".

A ideia de impor sanções adicionais à Rússia sobre o incidente marítimo de 25 de novembro no estreito de Kerch parece estar "ganhando alguma tração" entre os aliados de Washington na Europa, prosseguiu Volker, sugerindo que isso pode acontecer "no próximo mês ou dois".

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Reações no Kremlin

Em Moscou, legisladores russos criticaram as declarações de Volker como destrutivas, dizendo que o enviado dos EUA está contribuindo para aumentar as tensões na Ucrânia, em vez de resolvê-las pacificamente.

"Isso confirma mais uma vez que os EUA consideram a Ucrânia como uma marionete e uma procuração para implementar seus projetos agressivos contra a Rússia", declarou Yuri Shvytkin, vice-presidente do comitê de defesa e segurança da Duma, à RT.

"Ao fornecer à Ucrânia qualquer tipo de arma, os Estados Unidos incentivam a escalada das tensões com a Rússia, o que obviamente não beneficia a estabilidade na região", acrescentou Shvytkin.

Falar de uma presença militar ocidental está realmente contribuindo para a falta de vontade da Ucrânia em implementar os acordos de Minsk e prolongar o conflito, argumentou o legislador. O processo de Minsk suspendeu a guerra aberta entre as duas províncias do leste da Ucrânia, que se recusou a reconhecer o golpe de 2014, e o governo em Kiev, que retratou o conflito como "agressão russa".

No mês passado, três navios de patrulha ucranianos tentaram navegar à força do mar Negro para o mar de Azov, através do estreito de Kerch, e foram detidos pela guarda costeira russa. Na segunda-feira, Volker parecia estar do lado de Kiev e acusou a Rússia de agressão contra a Ucrânia.

"A Rússia não fez nada ilegal, então não há nada para os EUA e seus vassalos responderem", avaliou a senadora Olga Kovitidi, membro do comitê de defesa e segurança do Conselho da Federação. "As ações dos EUA visam a escalada global de conflitos por meio de incitação e concorrência desleal".

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Declarações que se qualificam como "provocações sistêmicas" já se tornaram "um atributo integral da política externa dos EUA", disse Kovitidi.

"Se a fronteira do nosso país for violada por qualquer pessoa, haverá uma resposta apropriada", pontuou Shvytkin.

Relações difíceis

Volker tornou-se representante especial dos EUA para a Ucrânia em julho de 2017. Sua indicação foi vista como um sinal de uma política mais rígida em Washington, dado seu serviço anterior como enviado dos EUA à OTAN sob os presidentes George W. Bush e Barack Obama.

Embora o atual presidente dos EUA, Donald Trump, tenha defendido melhores relações com a Rússia durante sua campanha de 2016, ele se uniu aos radicais em Washington devido às constantes — mas infundadas — acusações de que ele "conspirou" com a Rússia para "roubar" a eleição de Hillary Clinton.

A administração Trump já aprovou a venda de mísseis antitanques para Kiev e orçou US$ 200 milhões para entrega de armas em 2018, com um adicional de US$ 250 milhões no orçamento para o ano fiscal de 2019.

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