Chancelaria: Rússia não manterá obrigações quanto ao Tratado INF se EUA o abandonarem

Moscou não manterá nenhumas obrigações quanto ao Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), se os EUA o abandonarem, declarou o chefe do Departamento para a Não Proliferação e Controle de Armamentos da chancelaria russa, Vladimir Ermakov.
Sputnik

"Washington deve levar em consideração que, se os EUA abandonarem o Tratado INF, esse acordo deixará de estar em vigor e toda a responsabilidade pela destruição de um dos pilares de estabilidade estratégica será dos EUA", destacou.

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Nas suas palavras, é isso precisamente que Moscou tenta agora explicar a Washington e talvez "pelo menos isso faça com que a parte norte-americana avalie sensatamente a situação e não destrua o Tratado INF, que continua sendo um dos exemplos positivos de desarmamento nuclear e de mísseis".

Ao mesmo tempo, o diplomata indicou que os Estados Unidos elaboraram planos de sair do acordo em questão ainda no início dos anos 2000, imediatamente depois de Washington ter abandonado o Tratado sobre Mísseis Antibalísticos (ABM, na sigla em inglês).

"Nas últimas duas décadas, tentamos persuadi-los a não o fazer. Quando se acumularam bastantes violações sérias por parte dos norte-americanos, incompatíveis com o tratado, estes decidiram não assumir a responsabilidade pela destruição do INF, mas lançá-la sobre a Rússia", explicou.

Recentemente, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos suspenderiam a sua adesão ao Tratado INF em 60 dias, a menos que a Rússia retornasse ao cumprimento total do acordo. A Rússia negou repetidamente que tenha violado o tratado.

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Nessa conexão, o presidente russo, Vladimir Putin, disse aos repórteres que os Estados Unidos ainda não forneceram evidências para sustentar as alegações de que a Rússia estaria violando o Tratado INF. Putin afirmou ainda que, se os EUA quiserem desenvolver armas proibidas pelo acordo, a Rússia seguirá o seu exemplo.

O Tratado INF foi assinado em 1987 entre a União Soviética e os Estados Unidos. O acordo obriga as partes a destruir seus mísseis balísticos e de cruzeiro lançados do solo, com um alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.

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