'Maior desespero dos EUA': analista sobre planos americanos na Venezuela

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, voltou a alertar sobre a intenção de um golpe de Estado contra seu governo. Para o especialista Basem Tajeldine, estas palavras "não deveriam surpreender ninguém".
Sputnik

Após as eleições municipais venezuelanas, realizadas no dia 9 de dezembro, Maduro denunciou que "diretamente da Casa Branca" está sendo planejada uma "tentativa de atrapalhar a vida democrática da Venezuela e de tentar um golpe contra o regime constitucional democrático e livre" do país.

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Para o analista venezuelano Tajeldine, Maduro não fez essa denúncia por acaso, já que o Departamento de Estado e "outros representantes do governo e do Senado" dos EUA "apoiaram publicamente a desestabilização do país e fizeram apelos às Forças Armadas do Estado venezuelano para que se rebelem contra o presidente".

"Eles estão ofendendo nossas Forças Armadas, porque em sua maioria não há traidores dentro delas nem existem mercenários no país […] Sabemos que tudo faz parte de uma armadilha que finge usar alguns elementos das Forças Armadas para provocar uma rebelião, um golpe de Estado e uma mudança de regime político, a fim de impor uma pessoa aqui [na Venezuela] a favor dos EUA", afirmou.

O analista destaca que os EUA buscam o que conseguiram facilmente em outros países, como na Líbia, mas que na "Venezuela está sendo muito difícil para eles [EUA]", pois não há militares que atuam como os EUA querem. "O maior desespero dos EUA" é de não conseguir este apoio nos setores militares.

"Os EUA têm tentado acabar de várias maneiras não apenas com o governo da Venezuela, mas com todos os movimentos e partidos progressistas e revolucionários da região, muitos deles que chegaram ao poder no passado e o perderam devido a circunstâncias diferentes. No caso do Brasil, um golpe institucional do Estado contra Dilma Rousseff e pela prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, que impediu a possibilidade do PT assumir as rédeas do país novamente", disse o especialista.

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Tajeldine afirma que tem havido "uma campanha de manipulação brutal contra a esquerda", e as mudanças políticas que surgiram neste processo "configuraram uma ampla gama de possibilidades e peões para os EUA" com sua estratégia geopolítica no país latino-americano.

Os EUA, "sob o pretexto de se julgarem um policial da região sempre considerada por eles como quintal", sufocaram Caracas com falsas sanções e bloqueios financeiro e comercial, diz o analista.

Em relação a isso, a retórica adotada por importantes figuras do governo de Jair Bolsonaro (que assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2019) faz do Brasil um país mais inclinado para "ser usado em uma agressão", orquestrada nos EUA, contra a Venezuela.

Colômbia é mais um país que vem "atiçando" uma guerra contra Venezuela, disse o especialista, adicionando que o país está aumentando as tensões nas fronteiras visando um possível conflito.

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Além disso, a visita de Maduro à Rússia prova que o país não está sozinho, enquanto que a intensificação dos vínculos político, econômico e comercial com a Turquia são confirmações de que Caracas tem apoio internacional.

O especialista conclui sublinhando que as intenções de atribuir à Venezuela uma "crise humanitária que não existe", tem como finalidade a desestabilização do país, enquanto que "uma crise econômica completamente imposta de fora" através de sanções, vem afetando muito a nação principalmente pela queda do preço do petróleo bruto.

A opinião do especialista pode não necessariamente coincidir com a da redação da Sputnik

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