Por que Qatar decidiu abandonar OPEP após mais de meio século na organização?

Nesta segunda-feira (3), o ministro da Energia do Qatar, Saad bin Sherida al-Kaabi, anunciou a saída de Doha da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Sputnik

"Qatar decidiu se retirar da OPEP a partir de 1º de janeiro de 2019", disse al-Kaabi em coletiva de imprensa, acrescentando que o país quer se concentrar na extração de gás e na produção de gás natural liquefeito (GNL). Após as declarações, as cotações do petróleo caíram acentuadamente.

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Qatar declarou que continuará a cumprir todos os acordos internacionais, e a decisão de se retirar é de natureza puramente econômica e não é causada por desentendimentos com outros membros da organização.

"Esta é uma decisão técnica, causada pelo desejo de fortalecer a posição do Qatar como fornecedor confiável de energia no mundo, bem como com base no volume de produção de petróleo no Qatar", disse o ministro, agradecendo a organização por seus esforços.

Anteriormente, o país árabe havia proferido planos de lançar quatro novas linhas de produção de GNL até 2024, sendo que já é considerado o maior exportador desse tipo de matéria-prima. Planeja-se aumentar a produção de GNL de 77 milhões para 110 milhões de toneladas anuais.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é uma associação internacional intergovernamental criada por países produtores de petróleo para controlar as cotas de produção.

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Os membros da OPEP controlam cerca de dois terços das reservas mundiais de petróleo, e respondem por até 45% de toda a produção mundial e metade das exportações. A organização inclui Argélia, Angola, Venezuela, Gabão, Irã, Iraque, Congo, Kuwait, Qatar, Líbia, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Arábia Saudita, Guiné Equatorial e Equador.

Durante 57 anos, Doha foi membro da organização, sendo sua produção de petróleo diária de 620 mil barris de petróleo. A participação do óleo do Qatar na produção total de cartéis no ano passado foi de 1,85%.

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