S-300, S-400 e Su-57 enviam mensagem clara para EUA e Israel? Analista explica

Mesmo após as declarações do Ministério da Defesa da Rússia, os meios de comunicação continuam focando na missão do caça russo Su-57 de quinta geração na Síria. Em entrevista à Sputnik, analistas falam sobre o recado que os Su-57, S-300 e S-400 russos enviaram aos EUA e a Israel na República Árabe.
Sputnik

Os caças de quinta geração russos Su-57 voltaram a ser foco de atenção após o lançamento de vídeos exclusivos da missão da aeronave na Síria. Em relação a isso, analistas de origem síria, Ghassan Kadi e Christopher Assad, compartilharam seus pontos de vista.

Manobras Su-57 na Síria

VÍDEO mostra 2 caças russos Su-57 fazendo pouso sincronizado
Em 1º de março de 2018, o Ministério da Defesa russo confirmou que os jatos Su-57 haviam sido testados na Síria, adicionando que a missão foi "realizada para testar as capacidades anunciadas da mais nova aeronave em ambiente real de combate". No dia 19 de novembro, o órgão divulgou imagens das manobras do avião na Síria, provocando um verdadeiro debate na mídia americana.

Segundo Kadi, as aeronaves, além de cumprirem missões, poderiam com sucesso "provocar o sistema de radar dos EUA na Síria" sem ser percebidos.

Já o observador político e escritor de origem síria, Christopher Assad, acredita que os caças furtivos russos tenham enviado de imediato uma forte mensagem a Israel.

"Eu considero isso uma mensagem para Israel mais do que para os EUA ou para qualquer um de seus parceiros da coalizão", opinou Assad, referindo-se tanto ao exercício quanto à divulgação das filmagens.

"Isso simplesmente significa que, junto com a cobertura dos S-300 e S-400 fornecida à Síria pela Rússia, Israel foi efetivamente impedido de realizar sua vontade e capacidade de atacar a Síria e o Líbano à vontade."

O analista ainda presume que, "consequentemente, os objetivos estratégicos de Israel de manter sua ocupação ilegal de vários territórios pela força militar estão agora em dúvida e foram colocados em xeque permanente".

Segundo Assad, "as perspectivas de uma paz permanente e abrangente entre a Síria e Israel aumentaram exponencialmente" devido ao envolvimento da Rússia na longa guerra civil de sete anos na República Árabe, bem como às ações coordenadas entre Moscou, Damasco e Teerã.

Ataque químico em Aleppo e questões de Idlib

Ao mesmo tempo, a agência de notícias SANA informou que, no dia 24 de novembro, rebeldes haviam disparado munições de gás de cloro em Aleppo, resultando em vários feridos, o que foi posteriormente confirmado pelo Ministério da Defesa russo.

Por que alguns países ocidentais não querem libertação de Idlib?
Em resposta ao bombardeio, os caças russos realizaram ataques aéreos contra os terroristas, avisando com antecedência a Turquia.

Anteriormente, Damasco supostamente planejou uma ofensiva total contra Idlib, a última fortaleza terrorista na Síria. No entanto, após a feroz oposição de Ancara, o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, concordaram em estabelecer uma zona desmilitarizada.

"Quanto à batalha de Idlib, ela tem o potencial de colocar a Síria e a Rússia sob escrutínio e falsos relatos da mídia ocidental e acusações de 'crimes de guerra'", comentou Kadi.

Província de Idlib, no noroeste da Síria

Assad acredita que a próxima reunião entre Rússia, Turquia, Irã e oposição síria "resultará na privação dos grupos terroristas de exercer qualquer papel político dentro da Síria".

Hora dos americanos partirem da Síria

No entanto, a presença militar dos EUA na Síria ainda representa um desafio para Damasco e para a coalizão liderada pela Rússia. Essa questão foi comentada pelo coronel aposentado Douglas Macgregor, do Exército dos EUA, em seu artigo de 23 de novembro para o The National Interest, falando que é hora de Trump se retirar da Síria.

Na opinião de Kadi, "até mesmo a administração americana está ciente do fato de que sua presença na Síria é insustentável em longo prazo".

"Eles [americanos] podem muito bem querer se retirar e fazer isso o mais rápido possível, mas não tomarão essa decisão, antes que eles possam garantir um compromisso que garanta uma retirada simultânea da presença iraniana na Síria", explicou o analista.

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