Mulheres alemãs têm medo de andar nas ruas, ataca líder da AfD em discurso contra Merkel

A líder parlamentar do partido de direita Alternativa para Alemanha (AfD) criticou as políticas de "boas-vindas aos migrantes" da chanceler Angela Merkel, dizendo que as mulheres e meninas agora têm medo de andar nas ruas sozinhas por medo de serem atacadas.
Sputnik

Alice Weidel ficou em evidência no Parlamento alemão (Bundestag) nesta quarta-feira, acusando a chanceler de políticas de migração mal conduzidas.

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"Todos os anos, gastamos dinheiro na luta contra a direita […] mas as mulheres e as meninas já não se atrevem a andar pelas ruas sozinhas por medo dos ataques dos chamados buscadores da proteção", declarou Weidel.

Merkel parecia imperturbável, no entanto. Forte defensora das estratégias de "boas-vindas aos refugiados", a chanceler adotou seu tom habitual, defendendo o acordo de migração.

"Temos que resolver a migração internacionalmente. Nenhum país pode fazer isso sozinho", disse ela à Weidel.

O pacto apoiado pela ONU, que promove uma abordagem internacional para a migração segura e ordenada, deverá ser formalmente aprovado de 11 a 12 de dezembro em Marrakech, no Marrocos. O próximo acordo dividiu as potências mundiais, com a Áustria, a Hungria, os EUA, Israel e vários outros países rejeitando o pacto. Seus críticos afirmam que o acordo é inadequado para gerenciar os fluxos migratórios globais.

A migração há muito contribuiu para a queda do apoio à chanceler e sua coalizão governante.

"O problema com a União Democrata Cristã (CDU) é a política de migração conduzida por Merkel", acredita Werner Patzelt, professor de ciência política da Universidade Técnica de Dresden. Após muitos anos, os eleitores alemães "se revoltaram contra essas políticas" e votaram na AfD e desertaram da CDU, acrescentou.

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Golpes recentes à coalizão de Merkel incluíram o resultado das eleições na Baviera e em Hesse. O grupo sofreu um choque eleitoral, conquistando recordes negativos de votos em ambos os estados.

Falando sobre os resultados de Hesse, Hugh Bronson, um membro da AfD no Parlamento em Berlim, disse que as eleições foram "um desastre para a política mainstream alemã", e a migração foi uma das razões.

"Os principais partidos não querem falar sobre [migração]. Mas é um fato que o alemão comum na rua é confrontado todos os dias", destacou. Ele acha que "fronteiras abertas, refugiados bem-vindos, nenhuma nação… tem pessoas estranhas", que agora estão procurando respostas diferentes.

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