Conheça 4 armas que construtores ucranianos tentaram copiar da URSS e falharam

O complexo militar-industrial ucraniano não está parado: as Forças Armadas do país anunciam novidades regularmente. O colunista da Sputnik, Nikolai Protopopov, analisa se as novas armas representam ameaça para o inimigo e se estas podem aumentar o moral de combate do exército.
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Entre as "estreias" mais recentes, se enumera o sistema de morteiro móvel Bars-8MMK, que deve reforçar as subunidades das tropas terrestres, Tropas Aerotransportadas e Forças de Operações Especiais, bem como um fuzil de assalto "revolucionário" e uma nova modificação do tanque T-72, nomeadamente o T-72AMT.

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Ucraniano espanhol

O novo o sistema de morteiro móvel, de 120 mm, foi desenhado com base no novo veículo blindado ucraniano Bars-8. De fato, sublinha o autor, os construtores ucranianos usaram como protótipo o chassi de uma caminhoneta Dodge Ram, colocaram blindagem à volta e criaram um carro que apresentam como um veículo todo-terreno com capacidade de carga de mais de 2 toneladas e espaço para 10 militares.

"O próprio morteiro foi elaborado em parceria com os espanhóis, com base no morteiro móvel Alakran", explicou à Sputnik o especialista militar Aleksei Leonkov. "Embora os ucranianos o apresentam como se fosse seu próprio know-how, ele não é seu. Os canos e as munições também são de produção espanhola, sendo que durante as exposições foram demonstradas granadas com marcação estrangeira", acrescentou.

De acordo com o produtor, para preparar o disparo os tripulantes do Bars-8MMK precisarão de apenas um minuto, e podem abandonar a zona de tiro passados apenas 20 segundos do ataque. Assim, o seu propósito principal é apoiar subunidades terrestres em condições de guerra dinâmica. Aliás, o principal motivo de orgulho dos construtores ucranianos, sublinha o autor, é o sistema automático de determinação das coordenadas do alvo, incorporado no sistema eletrônico de troca de informações e capaz de se integrar nos respectivos sistemas dos países-membros da OTAN.

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Problemas com morteiros

Segundo escreve Protopopov, os morteiros têm sido um tema doloroso para o exército ucraniano, inclusive relacionado com os incidentes trágicos que resultaram em mortes e ferimentos de dezenas de soldados na sequência de explosões de granadas acidentais.

A principal razão para isso foi a pressa com que se criaram as armas — como, por exemplo, o morteiro Molot, que foi construído a partir da arma soviética 2S12 Sani em apenas um ano.

Ao receber a primeira remessa em 2016, os militares ucranianos tentaram esconder sua "ascendência" soviética de todas as maneiras, anunciando ligas superleves e outras inovações. Entretanto, como resultado a arma acabou ficando ainda mais pesada que seu antecessor soviético — a diferença foi de mais 7 quilos.

Embora o morteiro seja uma arma de construção bem simples, assinala o autor, para sua produção em série são indispensáveis experiência, tecnologias e especialistas competentes. Enquanto isso, toda a escola de construção de morteiros está hoje em dia localizada na Rússia, o que dificulta muito o trabalho dos ucranianos, mesmo no que se trata de copiar armas soviéticas.

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Tanque e fuzil de assalto

As tentativas de apresentar suas construções como originais, sendo de fato sobretudo adaptações de peças soviéticas, também decorrem em outras esferas da indústria militar, inclusive na de blindados. Assim, recentemente o presidente ucraniano Pyotr Poroshenko anunciou o início dos testes do novo tanque T-72AMT, que de fato é uma modernização do antigo T-72A que entrou em serviço do Exército Soviético ainda em 1970.

Os especialistas têm certeza que uma produção maciça destes tanques na Ucrânia não será possível, em primeiro lugar devido à grande falta de peças de reposição, sublinha o colunista. Enquanto isso, o potencial de exportação do tanque também é bastante baixo, pois a maior parte dos compradores preferem a produção russa nesse nicho do mercado.

Outro fruto da engenharia militar ucraniana é o fuzil de assalto Malyuk, que também é uma tentativa de pouco sucesso de modernizar o fuzil Kalashnikov usando o chamado design bullpup. Porém, na realidade, um conceito que visa a compacidade acaba acarretando várias desvantagens, inclusive de caráter ergonômico.

Desse jeito, segundo explicou à Sputnik o editor-chefe da revista Kalashnikov, Mikhail Degtyarev, o Malyuk é provavelmente o resultado "da obsessão dos construtores por jogos de computador". O problema consiste em que o uso de tal arma modificada muito provavelmente acarretará ferimentos em seu usuário — causados por um invólucro, gases da pólvora e seus restos.

Além disso, o esquema de bullpup reduz a segurança — é por isso que tais armas de fogo quase não se usam em exércitos modernos em operação. Um exemplo é a Legião Estrangeira Francesa, que rejeitou completamente o sistema bullpup há bastante tempo.

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