O que Japão, Coreia do Sul e China estão à procura na América Latina?

Os três países da Ásia-Pacífico investem na América Latina há décadas, mas possuem diferentes objetivos. O doutor José León Manríquez esclareceu a relação entre os países asiáticos com o continente latino-americano para a Sputnik.
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Primeiro foi o Japão, um pouco mais tarde a Coreia do Sul e mais recentemente a China. Nessa ordem, os países da região Ásia-Pacífico começaram a investir na América Latina. Na década de 60, o interesse do Japão foi despertado, focando em um país em particular: México. A nação se tornou, assim, receptora de capital para a indústria automobilística, recebendo incialmente a Nissan.

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A Coreia do Sul se aproximou da região na década de 80 e seu primeiro objetivo era o desenvolvimento da indústria têxtil na América Central, mais especificamente na Guatemala ou em El Salvador, mas a expansão real veio nos anos 90, quando os dois países "decidiram aproveitar a assinatura do Acordo de Livre Comércio da América do Norte e usar o México como plataforma de exportação para os Estados Unidos, de um país com salários relativamente baixos".

O doutor José León Manríquez, da Universidade Autônoma Metropolitana de Xochimilco, assim explicou para a Sputnik Mundo. O acadêmico, que participou do seminário do Observatório América Latina e Ásia-Pacífico da ALADI em Montevidéu, afirmou que a China entrou em cena somente nos anos 2000.

Para diferenciar o investimento chinês ao de outros países asiáticos na América latina, o especialista destaca que "as empresas chinesas começaram a investir a partir de 2000 e que estão concentradas principalmente não no setor manufatureiro, mas na extração de matérias-primas, especialmente em minerais e petróleo".

A importância da América Latina para a estratégia nacional chinesa parece evidente, levando em consideração a dependência da economia chinesa de recursos energéticos.

"Na Venezuela e em outros países, como Brasil e Argentina, também foram aumentados os investimentos chineses na área de extração de recursos naturais", disse o especialista, que destacou o crescente papel do gigante asiático na economia latino-americana.

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Os investimentos japonês e sul-coreano são vêm de conglomerados de empresas particulares com pequenas sedes pela América Latina para intermediar no processo de produção. Vale destacar que a Coreia do Sul possui mais de 1.000 empresas de diferentes tamanhos, afirma Manríquez.

O especialista enxerga uma coexistência dos países asiáticos no continente latino-americano, visto que a China, que chegou um pouco depois, investe em uma área completamente diferente da que recebe investimentos japonês e sul-coreano, não sendo em si concorrentes.

Se analisar a situação mexicana, os investimentos sul-coreanos e japoneses criam empregos e aumentam as exportações para os Estados Unidos, mais não ajudam a melhorar os indicadores do PIB real per capita e não aceleram o desenvolvimento econômico. Já a exploração chinesa de recursos naturais é responsável por excedentes econômicos.

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