Atenas concorda em indenizar Igreja e pagará salários do clero no país

No início de outubro, a coalizão governista da Esquerda Radical (Syriza) apresentou projetos de emendas à Constituição no parlamento. A iniciativa propõe "modernizar" o artigo 3 e consagrar a neutralidade religiosa do Estado na lei, mantendo "o reconhecimento da Igreja Ortodoxa como a religião dominante por razões históricas e práticas".
Sputnik

As mudanças são revolucionárias para um país em que 98% da população se dizem cristã ortodoxa. Na terça-feira, o premiê Alexis Tsipras se reuniu com o arcebispo Hieronymos II e membros do Santo Sínodo da Igreja da Grécia para discutir a reforma, e as partes chegaram a um acordo que contém 15 pontos e um preâmbulo.

"Depois de um diálogo abrangente e franco de longo prazo entre o Estado e a Igreja — diálogo este que ocorreu em uma atmosfera de respeito e compreensão — agora temos a oportunidade de avançar para iniciativas combinadas e mutuamente aceitáveis ​​e mutuamente benéficas relacionadas à racionalização de nossas relações", diz a declaração conjunta.

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O objetivo é definir a estrutura para a solução e resolução da incerteza histórica e fortalecer a autonomia da Igreja grega em relação ao Estado, reconhecendo sua contribuição e seu papel histórico no nascimento e na formação, acrescentou o texto. Se alcançado o acordo, ele seria enviado para aprovação na forma de regulamentação legislativa.

Entre outros pontos, a Grécia concordou em pagar um subsídio anual à Igreja referente ao salário dos padres. O montante será depositado em um fundo especial da igreja e sofrerá reajustes levando em consideração o salário médio do Estado grego. 

A medida é uma reparação pela Lei 1731 editada de forma compulsória em 1939, obrigado a Igreja a ceder terras e propriedades por uma indenização inferior ao valor real. Os salários ao clero seriam, portanto, uma forma de compensação pela propriedade adquirida.

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