Que transformações ocorrem dentro do Sol? Cientistas desvendam enigma

Uma equipe internacional de cientistas conseguiu calcular, pela primeira vez, o número de diferentes tipos de neutrinos que surgem das entranhas do Sol durante as reações de fusão que ocorrem na superfície da estrela.
Sputnik

Os resultados da pesquisa, realizada no âmbito do projeto italiano Borexino, foram publicados na revista Nature.

"Os neutrinos que nascem das diferentes reações no Sol possuem diferentes cargas de energia e, consequentemente, seu estudo […] nos permite procurar seus efeitos fora do modelo padrão da física de partículas, como, por exemplo, interações não estandarte de neutrinos e de neutrinos estéreis", explica Aleksandr Chepurnov, professor do Instituto de Investigações Científicas da Universidade Estatal de Moscou.

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Neutrinos são as menores partículas elementares na superfície solar que interagem com a matéria que os rodeia graças à gravidade e às "interações fracas", presentes apenas entre distâncias realmente menores do que o tamanho do núcleo de um átomo.

Em 1960, cientistas descobriram que neutrinos de um tipo eram capazes de se transformar em outro tipo e que, ao mesmo tempo, eles não possuíam massa nula, apenas uma muito pequena. Baseando-se nos dados disponíveis, comunidade científica tentou calcular sua massa. Em particular, no ano de 2007 foi lançado o projeto Borexino para encontrar resposta tanto para esse como para outros enigmas.

Segundo explica o especialista russo, outro tipo de neutrinos se forma dependendo do tipo de reação de fusão que ocorre no subsolo do Sol. Assim, saber a proporção e o número dessas partículas permite determinar o que está acontecendo dentro da estrela e, além disso, se ela corresponde ao que as teorias, que tentam explicar como estrelas são formadas, e o modelo padrão predizem.

Para atingir seu objetivo, durante os últimos 10 anos a equipe vem desenvolvendo um "censo" dessas partículas.

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Cada centímetro quadrado do Sol produz cerca de 6 bilhões de neutrinos por segundo. Outros 5 bilhões são gerados a partir da desintegração do mineral berílio. Por sua vez, o nascimento de elementos pesados gera aproximadamente 800 milhões mais. Cientistas do projeto acreditam que a margem de erro corresponda a 10%.

No futuro, cientistas planejam medir o número exato de neutrinos que surgem na formação de núcleos de carbono, nitrogênio e oxigênio. Os resultados serão essenciais para avaliar a quantidade de metais — de elementos mais pesados do que o hidrogênio e o hélio — sob a crosta solar e, finalmente, explorar os mistérios do ciclo de vida das maiores estrelas do Universo.

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