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Próximo presidente com certeza vai querer manter relações com a China, diz economista

O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse nesta terça-feira (16) esperar que o próximo presidente do país mantenha as relações econômicas entre o Brasil e a China.
Sputnik

A declaração foi feita após o candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), criticar a forte presença de empresas chinesas na geração de energia no Brasil. Segundo o capitão, "a China não está comprando no Brasil, ela está comprando o Brasil".

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Schavartsman respondeu afirmando que "não é bom para ninguém esse tipo de disputa".

Em entrevista à Sputnik Brasil, Roberto Fendt, economista e secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China, disse que as declarações fazem sentido.

"O presidente da Vale dirige uma empresa cujo o principal cliente da compra de minérios é a China", afirmou.

Na segunda-feira (15), a Vale anunciou recorde em sua produção de minério de ferro, acompanhado pelo crescimento do mercado chinês. Isso se deve à alta dependência da China com o minério brasileiro.

"A China precisa do minério brasileiro porque ele é de uma qualidade superior ao de outras procedências e é usado nas siderúrgicas chinesas para produzirem aço de forma muito importante", explicou Roberto Fendt.

Dessa maneira, a economia brasileira e a economia chinesa dependem muito umas das outras.

"De um lado, a China depende estruturalmente das compras que ela faz no Brasil. Não só de minério de ferro, mas também de soja e de petróleo. Por outro lado, nós dependemos da China porque, se por alguma razão qualquer, a China deixa de comprar minério do Brasil nós teríamos um impacto muito grande na nossa balança comercial", disse Fendt.

O secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China não acredita que o próximo presidente irá querer perder a parceria com os chineses.

"Com certeza será interesse do próximo presidente do país manter as exportações brasileiras não só para a China, mas para outros mercados. São as exportações que alimentam a balança comercial do Brasil", disse.

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