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Tendência é que Brasil perca certificado de eliminação do sarampo, alerta infectologista

Um comunicado divulgado em setembro deste ano pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) indicou que o Brasil tem até fevereiro de 2019 para reverter os surtos de sarampo registrados em diversas áreas do país - sob pena de perder o certificado de eliminação da doença.
Sputnik

Fake news viram problema de saúde pública no Brasil
Dados do Ministério da Saúde mostram que, até 24 de setembro, foram confirmados 1.766 casos de sarampo, dos quais 1.367 no Amazonas e 325 em Roraima.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Edimilson Migowski, infectologista e presidente do Instituto Vital Brazil, disse que infelizmente essa é a tendência.

"Se não tiver nenhuma articulação política, a tendência é essa [perder o certificado], infelizmente, até porque o país registrou muitos casos de sarampos em consequência da não cobertura vacinal plena e agora que fez uma grande campanha de vacinação, não sei como fecharam os números da campanha, mas até pouco tempo atrás estava bem aquém do que havia sido planejado", afirmou.

O critério adotado pela Opas para conferir transmissão sustentada é que o surto se mantenha por um período superior a 12 meses. As autoridades sanitárias brasileiras, portanto, correm contra o tempo, já que os primeiros casos da doença no Norte do país foram identificados no início do ano.

Em meio à baixa cobertura vacinal e pelo menos dois surtos de sarampo no país, o governo federal reforçou ações de comunicação para combater fake news relacionadas à imunização. O Ministério da Saúde verificou a existência de vários boatos a respeito das vacinas e isso contribuiu para a baixa imunização da população.

"Infelizmente é uma punição [perder o certificado da Opas] que o Brasil acabará sofrendo por conta da não participação da população e por conta dessas notícias fantasiosas que falam mal da vacina dizendo que ela é prejudicial quando na verdade o que prejudica, que sai muito caro, e que pode realmente causar muitos danos é a doença propriamente dita", disse.

Cerca de 4,4 mil municípios atingiram a meta de vacinação estipulada por meio de campanha, o que representa que aproximadamente 1,3 mil cidades permanecem com coberturas vacinais que deixam a desejar.

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O sarampo começa com uma febre, geralmente alta, acompanhada de dores pelo corpo, sensação de fraqueza e mal-estar, como se fosse uma gripe começando. Os olhos podem ficar vermelhos, e a conjuntivite é um sinal que frequentemente está presente.

"Quando acomete o sistema nervoso central, pode levar a um quadro de encefalite que pode ser progressivo e irreversível. Por conta da lesão da córnea pode também causar cegueira em algumas crianças. O sarampo ainda hoje mata 1 milhão de pessoas no mundo, não é uma doença banal", explicou Edimilson Migowski.

Depois de uns 2 a 3 dias, aparecem as bolinhas vermelhas pelo corpo. Importante saber que estas "bolinhas" são bastante exuberantes e confluem tornando-se maiores. Começam no rosto e se espalham pelo corpo. A doença dura em média de 7 a 10 dias para melhorar.

sarampo é uma doença altamente contagiosa, que é transmitida por secreções advindas de tosse, espirros e/ou saliva da pessoa contaminada. O problema é que a contaminação pode acontecer alguns dias antes dos sintomas clássicos aparecerem.

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