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Será o fim do Brasil se o PT voltar ao poder, diz Bolsonaro à Rede Record

Ausente do debate dos presidenciáveis da Rede Globo, o último antes das eleições de 7 de outubro, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) concedeu uma entrevista de 25 minutos à Rede Record, que foi exibida no mesmo horário, e teceu fortes críticas ao PT.
Sputnik

Entre pausas de 10 minutos – por recomendação médica, segundo a emissora –, Bolsonaro afirmou que uma volta do Partido dos Trabalhadores ao governo federal seria "o fim do Brasil", destacando ainda que irá respeitar o resultado das urnas.

"Sei que ser presidente do Brasil com tantos problemas é uma grande responsabilidade. Sei como será a minha vida por 4 anos. Muitos dizem que não posso ser um bom presidente, mas que sou aquele necessário para o momento", afirmou Bolsonaro.

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"Mais grave do que a corrupção é a questão ideológica, jovens com ações que não condizem com aquilo para o qual são formados, não se forma ninguém para o mercado do trabalho. Só se forma militantes […] precisamos dar um pé no traseiro do comunismo e do socialismo. Não podemos admitir essa ideologia no Brasil, que seria o fim da nossa pátria", acrescentou.

Líder nas pesquisas, Bolsonaro conclamou os seus apoiadores a convencerem eleitores indecisos e aqueles que queiram anular o seu voto, a fim de evitar a volta do PT "que já conhecemos" ao poder.

"Ninguém quer ver o José Dirceu voltando ao poder. Não serei o capitão do Exército, mas o soldado do Brasil a serviço desse povo que merece ser feliz", ponderou.

Corrupção

Na mesma entrevista, Bolsonaro voltou a afirmar que recebe acusações de racismo, sexismo e homofobia dos seus opositores da esquerda apenas porque não pode ser acusado de corrupto. De acordo com o presidenciável, quando se fala em corrupção no Brasil é inevitável que o PT esteja envolvido.

"A maioria que vê quem me ataca faz uma análise imediata e vê que eles estão errados e nós estamos certos. Será que eu quero o mal de tanta gente, de negros, mulheres, nordestinos? Não podem me chamar de corrupto. Sempre preguei a união de todos em um só coração verdade e amarelo, e que a esquerda dividiu", continuou.

O candidato ressaltou que não governará sozinho, mas sim com um time a ser escolhido sem critério político, e aproveitou para falar de propostas e polêmicas. Para combater a violência, voltou a criticar o Estatuto do Desamamento que "só aumentou a certeza do bandido que pode invadir uma residência sem resistência".

Bolsonaro prometeu mudar o Código Penal para dar retaguarda ao "cidadão de bem" e aos policiais que atuem em legítima defesa de si e de suas propriedades. Ele ainda desmentiu que queira acabar com o 13o salário – flanco aberto pelo seu vice, o General Mourão –, e acusou o PT de trair os trabalhadores.

"A corrupção está colada no PT, não tem como descolar a corrupção que acontece do PT. O PT não deu certo, traiu o trabalhador por um projeto de poder, como o Dirceu disse há pouco, que é algo diferente de ganhar eleição. Se dissesse isso da minha boca seria uma explosão. Pensamos diferente do PT", criticou.

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Ele ainda aproveitou para ironizar os protestos do último sábado em todo o país e no exterior, intitulados #EleNão. "Você tem que ver quem estava no movimento. São artistas que vêm mamando na Lei Rouanet. Ela é importante para o artista raiz, sertanejo, que traz consigo a cultura brasileira", emendou.

"Nasci de novo"

Dizendo-se “bem” de saúde, Bolsonaro aproveitou para agradeceu os médicos que o atenderam na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde foi atendido após o atentado de 6 de setembro. O candidato voltou a criticar o primeiro inquérito do caso, que indicou que Adélio Bispo, o agressor, agiu sozinho.

"O processo foi conduzido por um delegado que, por dois anos, foi homem de confiança do Fernando Pimental [governador de Minas Gerais, do PT]. A Polícia Federal eu não quero acusar, mas poderia ter usado um outro delegado com mais isenção", opinou. "Sou acusado disseminar ódio e quem leva facada sou eu".

Na defensiva o presidenciável do PSL só ficou quando indagado a respeito das notícias falsas que estariam sendo disseminadas pela sua campanha e por seus seguidores. Bolsonaro negou qualquer ação deliberada nesse sentido, mas explicou "não ter o controle sobre milhões de pessoas" que lhe seguem.

"Temos redes sociais há anos e que alimentamos com verdades. Temos um exército de seguidores que acreditam no que postamos […] Caem em cima de mim quando alguém extrapola. Não pregamos as fake News, não existe mentira e nem atacamos ninguém", assegurou.

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