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Haddad ou Bolsonaro: quem ganha mais com a suspensão de 3,4 milhões de títulos pelo STF?

Após decisão do Supremo Tribunal Federal que manteve a suspensão do título de eleitor de 3,4 milhões de brasileiros para o pleito deste ano, cientistas políticos alertam que a decisão pode definir esta eleição.
Sputnik

Para o cientista político e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Geraldo Tadeu Monteiro, a decisão do STF pode fazer diferença já no primeiro turno.

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"Vamos ter uma eleição acirrada. É uma eleição que pode ser decidida no photochart. […] Se estamos falando de uma decisão acirrada, principalmente pela segunda vaga para a disputa do segundo turno, esses votos podem fazer diferença, sim", destaca Geraldo Tadeu, em entrevista à Sputnik Brasil, referindo-se à disputa entre Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT).

Na última eleição para a Presidência da República, Dilma Rousseff derrotou Aécio Neves por uma diferença de apenas 3,4 milhões de votos, número próximo ao de títulos agora cancelados.

Paulo Baía, cientista político e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, também falando à Sputnik Brasil, destaca ainda que o cancelamento dos títulos pode ter impacto direto nas eleições estaduais e na nova formação do Congresso Nacional.

"O impacto político é evidente. Você tem um número de eleitores que é muito significativo e pode decidir uma eleição. Sobretudo quando a gente observa os estados e as eleições para deputados estaduais, federais e senadores. Um deputado federal ou estadual pode ser eleito com 40 ou 50 mil votos. Então, isso define o destino de uma candidatura", ressalta Baía.

A ação no STF foi movida pelo PSB e contou com o apoio do PT e do PCdoB. Ao todo, 7 ministros votaram contra o pedido apresentado para autorizar a votação dos eleitores que tiveram o título cancelado por não terem comparecido à revisão do eleitorado nem terem feito o cadastramento biométrico. Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello votaram contra.

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Eleitores dos candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto (Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT) têm discutido na internet sobre como seus candidatos podem ser prejudicados com a medida num eventual segundo turno. Os defensores do petista, principalmente, alegam que as Regiões Norte e Nordeste, que detêm o maior número de eleitores impedidos de votar, concentram os maiores índices de intenção de voto do seu candidato.

Para Paulo Baía, no entanto, não se pode dizer que uma candidatura específica foi prejudicada devido à força de Bolsonaro na Região Norte.

"Em termos dos que nós temos nas pesquisas, nas áreas em que esses eleitores se concentram, na Região Norte Bolsonaro está muito bem, e na Região Nordeste é Haddad quem está muito bem. Não podemos dizer com isso que uma candidatura foi prejudicada. Eu chamo atenção para outras candidaturas, como para deputados e senadores, que terão um impacto muito maior que as dos presidenciáveis", sinaliza o cientista político Paulo Baía.

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