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Anistia Internacional circula pelo Rio com LED gigante e insiste: 'Quem matou Marielle?'

6 meses se passaram desde o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. O crime segue sem solução. Cobrando uma reposta para o caso desde o incidente trágico, a Anistia Internacional pretende lembrar a data chamando a atenção com um LED gigante de 5 metros, percorrendo a cidade do Rio com mensagem que remetem ao crime.
Sputnik

A Anistia fez uma abaixo-assinado pedindo uma rápida resposta do Estado brasileiro e afirma ter coletado apoio de 165 mil pessoas em países como Argentina, Bélgica, Canadá, Coréia do Sul, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Peru, Portugal, Espanha e Suécia. Agora, passa a circular pela cidade com um LED em um caminhão que exibe frases do tipo: "Ainda não temos respostas" e "Sr. general Richard Fernandez Nunes [secretário de segurança do Rio]: Quem Matou Marielle?".

5 meses sem Marielle: Anistia Internacional exige respostas sobre assassinato
No mês passado a equipe do Ministério Público que investigava o caso de Marielle foi trocada e a nova promotora de justiça Letícia Emily assumiu o caso e trouxe o reforço das equipes do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência  do Ministério Público Estadual. Ainda assim, a diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, critica o andamento das investigações diante dos indícios de participação de agentes do Estado na morte da vereadora.

"São informações que dizem que a munição foi desviada de um lote pertencente à Polícia Federal, que a arma utilizada é de uso restrito da Polícia Civil, que as câmeras do Centro de Comando e Controle estavam desligadas naquela área [no momento do crime] (…) Diante disso, é preciso que nos expliquem o que está acontecendo. Sigilo de investigação não deve ser confundido com silêncio, é dever deles vir à público e responder. Já são seis meses e essa falta de resolução é inadmissível", afirma Jurema.

Anistia Internacional cobra MP por atuação mais ativa no caso Marielle
Na próxima semana, a Anistia é uma das organizações a falar ao Conselho de Direitos Humanos da ONU denunciando as violações da intervenção federal no Rio de Janeiro e a impunidade no caso de Marielle. Segundo Jurema, o objetivo é permitir que "autoridades brasileiras prestem contas às Nações Unidas sobre o que estão fazendo efetivamente". Ela destaca a onda de preocupação e engajamento trazidos pela morte.

"Esse assassinato de uma vereadora no auge do seu mandato, de uma defensora de direitos humanos, uma ativista que lutava pela dignidade e contra a violência às pessoas que vivem nas favelas, [fez com que] as pessoas se mobilizassem no mundo para dizer: apesar desse Brasil ser este país onde se mata tanto, este é o momento de dizer chega", completou.

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