Qual é a diferença entre atual confrontação russo-americana e a da Guerra Fria?

Recentemente, o chefe da chancelaria russa, Sergei Lavrov, afirmou que a confrontação entre a Rússia e os EUA está aumentando. Em uma conversa com a Sputnik, o cientista político Konstantin Blokhin comparou a situação com a época da Guerra Fria.
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"Se tomarmos em consideração o grau de tensão política, o grau de retórica… Sim, a confrontação está aumentando. Os EUA iniciaram o avanço da OTAN para junto das nossas fronteiras ao colocar infraestruturas militares perto das nossas fronteiras. Os EUA, o Reino Unido, o Canadá, a França e a Alemanha estão colocando seus batalhões nos Países Bálticos e em outros países que têm fronteiras com ex-URSS. Além disso, eles estão promovendo iniciativas para incluir a Geórgia e a Ucrânia na OTAN… elas receberam um convite formal", disse o ministro russo nesta terça-feira (4) em um programa do canal de TV Pervy.

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O chanceler comparou os acontecimentos de hoje com os de 2008, quando o presidente georgiano Mikhail Saakashvili "imaginou que poderia fazer tudo o que quisesse e atacou seus cidadãos".

A mesma coisa, disse Lavrov, pode ser dita sobre a Ucrânia — a confirmação constante de que a Ucrânia faria parte da OTAN "pôs louco" o presidente Pyotr Poroshenko, e agora Kiev está amentando a quantidade de armamentos na linha da frente em Donbass. Os norte-americanos enviam para lá tanto munições como armamentos pesados, não apenas armas de fogo ligeiras, frisou o ministro. Além disso, no local estão trabalhando instrutores norte-americanos e canadenses, adiantou.

Na opinião do titular da pasta, estas ações inclusive aumentam o risco de confrontação militar, o que é inaceitável para a Rússia, e os parceiros norte-americanos foram avisados disso.

"Vimos o alargamento da OTAN para leste, uma sequência de 'revoluções coloridas' e tentativas de organizar o mesmo tipo de revolução na Rússia. Vemos constantemente manobras da OTAN, voos de aviões da OTAN perto das fronteiras russas, o aumento dos orçamentos militares dos países da Aliança", assinalou o cientista político Konstantin Blokhin ao serviço russo da Rádio Sputnik ao comentar as declarações de Lavrov.

De acordo com ele, na década de 90 os países ocidentais se aproveitaram da vulnerabilidade da Rússia e "cometeram um erro crasso", pois tais coisas "não se perdoam em política".

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Entretanto, afirmou Blokhin, a Rússia planeja compensar o que perdeu e não vê as relações com o Ocidente através do "prisma do idealismo".

"Há constantes geopolíticas, uma constante luta de interesses. Claro que os países do Ocidente estão sempre interessados em enfraquecer a Rússia como seu maior concorrente geopolítico. Mas eu não exageraria o papel do Ocidente hoje em dia. Na época da Guerra Fria, a URSS era mais poderosa que a Rússia moderna, mas na época tinha que oferecer resistência tanto à OTAN quanto à China, bem como participar da corrida armamentista. Hoje em dia, o sistema de relações internacionais é mais policêntrico, o Ocidente não é monolítico, a China é um aliado e parceiro estratégico russo. Os países ocidentais perderam parcialmente sua liderança, e por isso hoje em dia a situação não é tão crítica como na época da Guerra Fria", resumiu.

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