Judeus ultraortodoxos confrontam polícia contra serviço militar de Israel (FOTO, VÍDEOS)

Cerca de 20 ativistas foram presos na cidade israelense de Bnei Brak, depois que centenas de judeus ultraortodoxos entraram em um confronto com a polícia por causa da recente prisão de um estudante da yeshivá (instituições que incidem sobre o estudo de textos religiosos tradicionais), que tentou escapar do serviço militar.
Sputnik

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Aproximadamente 500 membros da facção radical de Jerusalém tomaram as ruas de Bnei Brak na segunda-feira (6), causando confusão no trânsito.

Durante a manifestação, os organizadores instruíram seus seguidores a continuar o legado de seu fundador e líder espiritual, o falecido rabino Shmuel Orbach, que pediu aos judeus ultraortodoxos para "sacudir as fundações do mundo" devido à prisão de um estudante de yeshivá que se recusou a aparecer no centro de recrutamento das Forças de Defesa de Israel.

Gritando "preferimos morrer a ser recrutados" em hebraico e acenando com cartazes dizendo "nação perseguidora de religião", os manifestantes exigiram a libertação de Nissan Rada, que foi colocado na prisão militar na semana passada por não cumprir as obrigações estabelecidas pelo projeto de lei militar.

​Apelos contra o recrutamento e o comportamento desordeiro irromperam em confrontos com a polícia, enquanto as forças de segurança usavam jatos de água para impedir o bloqueio da rodovia, que atravessa a área. A polícia foi vista arrastando os manifestantes depois que eles se recusaram a sair das ruas e começaram a vandalizar a propriedade. Pelo menos 19 prisões foram efetuadas.

"Não vamos permitir o distúrbio da paz e agiremos com determinação contra qualquer incidência de violência", noticiou a polícia.

​O Comitê para Salvar o Mundo da Torá, que organizou o protesto, divulgou uma declaração prometendo combater a "apostasia e destruição" da Torá pelas autoridades israelenses.

​"Os estudantes da yeshivá continuarão a não comparecer à junta militar até que o estado anterior das coisas, principalmente a isenção de todos os estudantes da yeshivá, seja restaurado", disse o comunicado.

Para a maioria dos israelenses, o serviço militar é obrigatório. Judeus ultraortodoxos, que compõem cerca de 10% da população israelense, podem adiar o recrutamento enquanto estudam em escolas religiosas. No entanto, o serviço militar continua sendo uma questão controversa, pois independentemente de estarem estudando, eles ainda devem se registrar ao serviço de recrutamento. Não fazê-lo muitas vezes resulta em prisões, que esporadicamente provocam protestos em massa.    

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