'Retórica agressiva': analista sobre acusações de Kiev quanto aos portos ucranianos

Kiev acusou a Rússia de bloquear os portos ucranianos com o apoio de militares.
Sputnik

O ministro da Infraestrutura da Ucrânia, Vladimir Omelyan, disse, em entrevista ao canal 112 Ukraina, que a Rússia está alegadamente usando a ponte da Crimeia e a sua Marinha de Guerra no mar de Azov para desencorajar os donos dos navios a entrarem nos portos ucranianos. Segundo ele, os portos estão tendo certas dificuldades e os navios entram com menos frequência em Mariupol e Berdyansk.

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"É um número significativo, estamos tendo prejuízos de centenas de milhões de grívnias [moeda nacional da Ucrânia]. Se calcularmos o efeito social e econômico, se calcularmos as perdas dos armadores que são forçados a parar seus navios antes de entrar no estreito de Kerch ou no mar de Azov, essas perdas são bem maiores", declarou Omelyan.

A Rússia está tomando medidas para "desestabilizar" a situação na Ucrânia, acredita ele. Por outro lado, o ministro também disse que Kiev está contando com a ajuda dos aliados na "coalizão contra a Rússia" nesta questão.

"Estamos trabalhando com nossos parceiros para introduzir medidas semelhantes contra os portos russos do mar Negro", sublinhou o ministro ucraniano, citando o exemplo de restringir as ligações aos portos russos de navios com registro europeu.

O cientista político Aleksandr Asafov, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, expressou a opinião de que a Ucrânia está colhendo os frutos de sua própria política imprudente.

"O Estado pirata da Ucrânia foi o primeiro a violar a segurança do mar de Azov. E, claro, todas as especulações das autoridades ucranianas de que a Rússia supostamente dificulta o transporte marítimo são uma retórica politizada. Eles querem colocar toda a responsabilidade na Rússia. É evidente que, depois do sequestro de marinheiros russos da embarcação Nord, de outras provocações, incluindo ameaças públicas, que os representantes da Ucrânia se permitiram em relação à navegação russa, foram tiradas conclusões e tomadas medidas de segurança", disse o analista.

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"É óbvio que as acusações contra a Rússia continuarão – esta é uma reação dolorosa às consequências de suas próprias ações agressivas. Já que a Ucrânia viola a legislação marítima internacional, ela acha que não haverá consequências. Mas as consequências vieram e elas são dolorosas para a Ucrânia, o que ela tenta compensar com retórica agressiva", comentou Asafov.

Os deputados ucranianos apresentaram repetidamente propostas para fazer frente à Rússia nesta região. Assim, em julho, a Suprema Rada (Parlamento da Ucrânia) propôs a rescisão do acordo de cooperação na utilização do mar de Azov e do estreito de Kerch. No final de maio, o partido político ucraniano UKROP (Associação Ucraniana de Patriotas) apelou a cortar as relações com a Rússia e a impor sanções contra todos os portos russos nos mares Negro e de Azov. Além disso, os deputados sugeriram que o governo proteja as águas do mar de Azov e do estreito de Kerch e garanta o patrulhamento marítimo.

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