Evo Morales acusa EUA de atentar contra a paz na Nicarágua: 'Eles não são donos do mundo'

O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou o governo dos Estados Unidos de querer "encurtar o mandato constitucional na Nicarágua com eleições antecipadas". "É um anúncio de golpe que ameaça o diálogo e a paz na Nicarágua", disse Morales em sua conta no Twitter.
Sputnik

O líder boliviano criticou a "obsessão [de Washington] pela interferência nos assuntos internos dos países soberanos" e afirmou que "os Estados Unidos não são donos do mundo".

​Os EUA mostram sua obsessão com a interferência nos assuntos internos dos países soberanos e exigem a redução do mandato constitucional na Nicarágua com eleições antecipadas. É um anúncio de golpe que ameaça o diálogo e a paz na Nicarágua. Os EUA não são donos do mundo.

Na terça-feira (24), o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, escreveu em sua conta no Twitter que os EUA solicitam que o governo da Nicarágua realize eleições antecipadas e "coloque um fim à violência". Pence culpou as autoridades nicaraguenses pela morte de mais de 350 pessoas durante os tumultos e afirmou que "a violência na Nicarágua patrocinada pelo Estado é inegável".

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O presidente nicaraguense, Daniel Ortega, descartou o avanço das eleições presidenciais, como exigiu a oposição e afirmou que em seu país "as regras são estabelecidas pela Constituição" e não pode ser mudado "da noite para o dia simplesmente porque isso se sucedeu a um grupo de golpe".

Desde abril no país houve manifestações contra o governo que começaram a exigir mudanças nos benefícios da previdência social. Marcado pela violência e por mortes de manifestantes, os protestos continuaram mesmo depois que o presidente revogou seu decreto sobre pensões para facilitar o diálogo interno.

Segundo dados da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, até o momento morreram 295 pessoas em meio aos tumultos gerados pela crise sociopolítica no país. A Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos (ANPDH) eleva para 351 o número de mortos até a data de 10 de julho. 

​Conferência de imprensa; 351 cidadãos mortos até 10 de julho; 2100 feridos, muitos dos quais foram negados o direito humano de receber assistência médica; Gravemente feridos: 51 cidadãos; Sequestros e desaparecimentos: 329 (68 cidadãos aparecidos torturados)

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