Bolton diz que EUA pretendem desnuclearizar a Coreia do Norte em 1 ano

Os Estados Unidos têm um plano que levará ao desmantelamento dos programas de armas nucleares e mísseis balísticos da Coreia do Norte em um ano, disse o assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump neste domingo (1), apesar de a inteligência dos EUA ter dado sinais de que Pyongyang não pretende abandonar totalmente seu arsenal.
Sputnik

John Bolton disse que o principal diplomata dos EUA, Mike Pompeo, discutirá esse plano com a Coreia do Norte no futuro próximo. Bolton acrescentou que seria vantajoso para Pyongyang cooperar para que as sanções fossem levantadas rapidamente e a ajuda da Coreia do Sul e do Japão começasse a fluir.

As observações de Bolton no programa "Face the Nation" da CBS parecem ser a primeira vez que o governo Trump sugeriu publicamente um cronograma para a Coreia do Norte cumprir o compromisso assumido pelo líder Kim Jong-un em reunião de cúpula com o presidente Donald Trump no mês passado.

Apesar da declaração otimista de Trump de que o Norte não representa mais uma ameaça nuclear, Washington e Pyongyang ainda precisam negociar os termos sob os quais abandonaria as armas que desenvolveu ao longo de décadas para deter os EUA.

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Dúvidas sobre as intenções da Coreia do Norte se aprofundaram em meio a relatos de que o país continua a produzir material armas nucleares.

O Washington Post publicou no sábado que fontes anônimas da inteligência do Pentágono acreditam que Kim não pretende abrir mão completamente de seu estoque nuclear e que pode tentar enganhar Washington sobre seu real poder bélico — além de esconder  instalações secretas usadas para fabricar material físsil para bombas nucleares.

A publicação também diz que um relatório interno do Pentágono aponta que a Coreia do Norte não pretende deixar de ter armas nucleares..

Um autoridade dos EUA disse à Associated Press que o relatório do Post era preciso e que a avaliação refletia a visão de agências governamentais norte-americanas nas últimas semanas. O funcionário não estava autorizado a comentar publicamente sobre o assunto e pediu anonimato.

Bolton se recusou a comentar sobre questões de inteligência. Ele disse que a administração estava bem ciente do histórico da Coreia do Norte ao longo das décadas em arrastar as negociações com os EUA para continuar o desenvolvimento de armas.

"Desenvolvemos um programa. Tenho certeza de que o secretário de Estado Mike Pompeo discutirá isso com os norte-coreanos em um futuro próximo sobre como desmontar todos os seus programas de armas de destruição em massa e mísseis balísticos em um ano", disse Bolton. "Se eles tiverem a decisão estratégica já feita para fazer isso, e cooperarem, podemos nos mover muito rapidamente", acrescentou.

Ele disse que o programa de um ano que os EUA estão propondo cobriria todas as armas químicas e biológicas do Norte, programas nucleares e mísseis balísticos.

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Mesmo que a Coréia do Norte esteja disposta a cooperar, o desmantelamento de seus programas secretos de armas de destruição em massa, que se acredita abranger dezenas de locais de testes, será difícil. Os acadêmicos da Universidade de Stanford, incluindo o físico nuclear Siegfried Hecker, um dos principais especialistas no programa nuclear do Norte, propuseram um roteiro de 10 anos para essa tarefa; outros dizem que pode levar menos tempo.

Pompeo já visitou Pyongyang duas vezes desde abril para se encontrar com Kim — na primeira vez ele ainda era diretor da CIA — e há discussões sobre uma possível terceira viagem à Coreia do Norte no final da próxima semana, mas essa visita ainda não foi confirmada.

Trump reiterou em uma entrevista transmitida no domingo que ele acha que Kim está falando sério sobre a desnuclearização.

"Eu fiz um acordo com ele. Apertei a mão dele. Eu realmente acredito que ele esteja falando sério", disse o presidente no "Sunday Morning Futures", da Fox News.

Trump defendeu sua decisão de suspender os exercícios militares realizados com a Coréia do Sul — uma concessão significativa à Coreia do Norte, que até agora suspendeu testes nucleares e de mísseis e destruiu túneis em seu local de testes nucleares, mas não tomou medidas concretas para se desnuclearizar.

"Agora estamos economizando muito dinheiro", disse Trump.

"Então nós não demos nada. O que vamos dar é coisas boas no futuro. E a propósito, eu realmente acredito que a Coreia do Norte tem um futuro ótimo. Eu me dei muito bem com o Presidente Kim. Tivemos uma ótima química", disse Trump.

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A pressão agora estará em Pompeo para avançar nas negociações com a Coreia do Norte para transformar a declaração da cúpula em ação concreta. Ele conversou com os chanceleres da China, Japão e Coréia do Sul nos últimos dias sobre a situação no Norte, de acordo com o Departamento de Estado, que se recusou a comentar sobre as próximas viagens.

Pompeo adiou os planos para se reunir com o secretário de Defesa Jim Mattis e seus colegas da Índia em 6 de julho, o que alimentou a especulação de uma possível ida a Pyongyang.

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