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Datena, o outsider da vez nas eleições presidenciais de 2018 no Brasil

Caciques do DEM estão tentando convencer o apresentador José Luiz Datena, da Rede Bandeirantes, a se colocar como um possível candidato à Presidência da Repúblicas nas eleições de outubro. Se aceitar, ele será a mais nova tentativa de "outsider" no pleito, após várias alternativas do gênero terem naufragado.
Sputnik

Ao longo das últimas semanas, Datena tem se reunido com freqüência com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), e com o deputado Rodrigo Garcia (SP), líder da bancada do DEM. A princípio, o foco seria ter o apresentador para o Senado, mas há outras possibilidades.

De acordo com o UOL, um dirigente do partido informou que uma pesquisa qualitativa está sendo produzida a toque de caixa, a fim de testar o potencial presidencial do nome de Datena. Existe um senso de que o experiente jornalista da Bandeirantes poderia emular a figura de alguém de fora da política, que parece estar em alta no Brasil.

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Entretanto, vários nomes de possíveis outsiders vieram e se foram ao longo dos últimos oito meses. A correlação de Datena é feita com Luciano Huck, apresentador da Rede Globo que foi cortejado por vários partidos, foi elogiado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas que não aceitou a empreitada.

Outro nome foi o do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Depois de inúmeras rodadas de negociações com o PSB, o jurista preferiu não sair candidato, o que causou frustração no próprio Datena, que sugeriu que votaria em Barbosa se o nome dele estivesse na urna em outubro.

"Era o craque eu [eu] passaria perto de votar", afirmou o apresentador da Bandeirantes, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. "Virei órfão político", acrescentou, dizendo respeitar a desistência do ex-ministro do Supremo. "Também já desisti uma vez".

Desta vez, porém, Datena parece estar decidido a ir até o fim com sua empreitada política. A ideia mais forte no momento é que ele seja o candidato ao Senado pelo DEM paulista, em uma aliança com o ex-prefeito João Dória – candidato ao governo de São Paulo – que colocará Rodrigo Garcia como vice do tucano.

Pelas mais recentes pesquisas de intenção de voto em São Paulo, Datena lidera a preferência de 33% do eleitorado, em empate técnico com o ex-senador Eduardo Suplicy (PT) e à frente da senadora Marta Suplicy (MDB) e do deputado Marco Feliciano (Podemos). De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o lançamento da candidatura do apresentador pode ocorrer ainda nesta semana.

Mas os entusiastas de ver Datena na corrida ao Palácio do Planalto correm contra o tempo, também com base em números. O nome de Rodrigo Maia, ainda o pré-candidato do DEM no pleito presidencial, ganharia até 8% em uma possível chapa puro sangue do partido, tendo o apresentador da Bandeirantes como seu vice.

Datena promete tomar a sua decisão até o próximo sábado. "Nunca me passou pela cabeça [concorrer à Presidência da República], não tenho a pretensão. Mas o futuro a Deus pertence", declarou ao UOL, para depois dizer que "não se considera capacitado" e que é "um péssimo gestor".

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Em maio, em outra entrevista à Folha, Datena garantiu ter "senso do ridículo" ao se recusar a sair candidato à Presidência, como queria o PRP, o último partido ao qual ele foi filiado antes de entrar para o DEM. Em 2016, quando filiado ao PP, o apresentador cogitou disputar a Prefeitura de São Paulo, porém acabou desistindo da disputa.

Para os entusiastas de uma candidatura presidencial de Datena, a ideia é sugerir um outro nome que possa servir como alternativa de centro-direita, já que Maia, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) e os demais candidatos desse espectro político não empolgam, tendo de ver o protagonismo do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), e dos ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede).

Sem falar no temor invocado pelo nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é o líder em todos os cenários em que seu nome aparece e que, de acordo com o seu partido, tentará ser presidenciável mesmo que siga preso em Curitiba na época da eleição, em outubro.

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