Notícias do Brasil

Polícia Federal pode conduzir mais 5 anos de operações como a Lava Jato, diz ex-diretor

O ex-diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello, garante que a corporação possui material para realizar pelo menos mais 5 anos de operações como a Lava Jato no Brasil. Contudo, ele alertou que mudanças são necessárias no âmbito político para que o país veja resultados.
Sputnik

"Esse negócio não vai parar. O que tinha de papel e dados digitais na polícia quando eu saí era suficiente para quatro ou cinco anos de operações", afirmou Daiello em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira.

"Quando eu saí tínhamos um projeto de modernização e informatização para novos focos. O sistema Atlas tem uma capacidade de processamento absurda. O que um policial demorava 7, 8 dias para fazer ele faz em um minuto. Demora mais para imprimir do que para processar", acrescentou.

Após 'ameaçar' STF, general do Exército diz que banalização da corrupção ameaça democracia

Diretor da PF entre 2011 e 2017, ele se aposentou da carreira pública e assumiu uma posição na iniciativa privada, na qual promete seguir trabalhando no combate à corrupção. Reconhecendo que a Lava Jato expôs como as empresas não devem se portar, Daiello acredita que o Brasil precisa ir além.

"O Brasil não fez o dever para atacar as causas, que seria a reforma política. Nunca autorizei ninguém a entrar na discussão sobre reforma política porque não competia à PF dizer que a reforma é uma estratégia de combate à corrupção", destacou.

"Se não tiver a reforma política a máquina vai continuar gerando [corrupção]. Da maneira que a política é jogada hoje, não sobrevive, não. A fábrica de corrupção está aberta. A doação eleitoral não é ideológica, é estratégica", alertou o ex-diretor da corporação.

Comentar