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Intervenção no Rio aposta em modelo que precisa ser 'repensado', diz ex-capitão do BOPE

A intervenção federal na segurança pública decretada pelo presidente Michel Temer (MBD) investe em uma visão de segurança pública que é insuficiente, avalia Paulo Storani, professor da Faculdade Cândido Mendes no Rio de Janeiro e ex-instrutor do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) em entrevista à Sputnik Brasil.
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Para Storani, a atual discussão sobre emprego de homens e recursos não consegue lidar com a complexidade da questão: "é um problema muito mais complexo do que ter efetivo para ser utilizado em determinadas circunstâncias".

Levantamento da Folha de S. Paulo com dados do Instituto de Segurança Pública mostra que as mortes aumentaram após a intervenção. Os casos de homicídio doloso, assassinatos por policias, latrocínio e lesão corporal seguida de morte nos três primeiros meses deste ano foram 1.766; um aumento de 29 casos na comparação com o mesmo período de 2017. 

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O número de assassinatos por policiais aumentou 14,7%, de 300 para 344.

Também na comparação entre os 3 primeiros mesmo deste ano, na comparação com igual período de 2017, o número de roubos de cargas caiu 16,1%, de 3.053 casos para 14.489.

Storani avalia a "mancha criminal" carioca pode até mudar de local, mas está longe de acabar. Ele diz que a intervenção investe em um "modelo de contenção, que precisa ser repensado" por meio de outras ações como a federalização das políticas públicas de segurança e a fiscalização das fronteiras.

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