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Lula lança pré-candidatura à presidência: estratégia ou desespero?

O Partido dos Trabalhadores lança a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. A Sputnik Brasil conversou com especialistas e representantes do PT para saber qual é a viabilidade desta candidatura.
Sputnik

A advogada especialista em Direito Eleitoral, Paula Bernardelli, em entrevista à Sputnik Brasil, explicou que o lançamento da pré-candidatura de Lula não rerpesenta nenhuma irregularidade jurídica, afirmando que isso só seria analisado pela Justiça Eleitoral no momento em que ele solicitar o registro de candidatura. 

"Até a apresentação do pedido de registro de candidatura e a análise desse registro pela justiça eleitoral, nenhum candidato está efetivamente empedido de lançar uma pré-candidatura ou de participar do pleito, ainda que seja réu, ainda que esteja preso", explicou a advogada.

A especialista observou que já houve um caso de mais de 100 prefeitos no país que concorreram com condenação penal e alguns que concorreram presos, destacando que um preso chegou a ser eleito. 

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Além disso, Bernadelli observou que a situação jurídica de Lula ainda não é definitiva, pois ele "é um preso, mas um preso provisório". 

"Ele ainda tem alguns recursos que podem ser analisados pelo tribunal e a própria ilegibilidade dele só será avaliada pela justiça eleitoral no momento da análise do registro", acrescentou. 

Já o líder do PT na Câmara dos Deputados, o deputado Paulo Pimenta, conversou com a Sputnik Brasil e frisou que se o Tribunal Superior Eleitoral indeferir o registro de candidatura de Lula, o PT não trabalha com a hipótese de lançar um outro candidato. 

"Nós não vamos abrir mão de fazer toda essa disputa jurídica necessária e, portanto, vamos inscrever o presidente Lula no dia 15 de agosto, e vamos manter a sua candidatura, ele estará com certeza na urna. 

"E esperamos que quando ele seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal sobre seu direito de participação no processo eleitoral, ele se encontre não na posição de candidato, mas sim de presidente eleito. Nós queremos que o Supremo tenha que se debruçar sobre o presidente eleito, não sobre um eventual candidato", acrescentou o deputado.  

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Paulo Pimenta também deixou claro que a prioridade do Partido dos Trabalhadores nas eleições é de eleger Lula. 

"O PT é um partido nacional, cuja a centralidade de sua estratégia no próximo período é a eleição presidencial, consequentemente a eleição do presidente Lula para voltar a governar o país. Portanto, as alianças estaduais, as táticas de cada um dos estados deverão estar subordinadas ao interesse nacional, a estratégia nacional", destacou o líder do PT na Câmara dos Deputados.

Mesmo preso após condenação em segunda instância, Lula aparece em 1º lugar em todas as pesquisas de intenção de voto.

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