Eles não têm vergonha: mídia dos EUA pede abertamente um golpe na Venezuela

Se você seguiu a mídia americana nos últimos tempos, provavelmente já ouviu falar que se intrometer em assuntos de nações estrangeiras é uma coisa ruim - mas parece que a visão muda drasticamente quando os EUA são quem está protagonizando a interferência.
Sputnik

O presidente venezuelano Nicolás Maduro foi reeleito em maio, no que Washington classificou como "farsa". Em resposta, o governo do presidente Donald Trump aplicou novas sanções ao país sul-americano e aparentemente não estará feliz até que Maduro e seu regime socialista se amontoem e desapareçam.

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Confirmando que ou você está com Washington ou está contra, um ex-funcionário dos EUA que trabalhou como administrador assistente para a América Latina na Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional pediu abertamente um golpe militar — e a revista Foreign Policy publicou seus pensamentos.

José R. Cárdenas argumentou que "o diálogo ou a diplomacia não podem trazer uma solução" e insiste que um golpe militar é uma opção mais atraente. Cabe aos EUA, ele escreve, convencer os militares venezuelanos de que eles "têm uma responsabilidade única de resgatar seu país do abismo" e que eles devem se levantar e se livrar de Maduro pela força. São os militares, escreve ele, que estão em melhor posição para "restaurar uma democracia constitucional legítima".

Preocupada com a situação do povo venezuelano, Cárdenas também apregoa os benefícios do "isolamento diplomático e econômico", que certamente faria maravilhas aos cidadãos comuns. Graciosamente, Cárdenas aceita que tal plano "implica risco", mas argumenta que é "improvável" que os militares procurem governar permanentemente.

Mas os pedidos de Cárdenas por um golpe dificilmente poderiam ser uma surpresa. Está longe de ser a primeira vez que oficiais atuais ou antigos dos EUA pediram publicamente a destituição do presidente venezuelano.

Em fevereiro, o senador da Flórida, Marco Rubio, pediu publicamente um golpe militar na Venezuela no Twitter, dizendo que o "mundo iria apoiar" as Forças Armadas se elas se levantassem para remover Maduro.

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Os comentários de Rubio seguiram comentários semelhantes do então Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, que sugeriu um golpe militar durante uma aparição na Universidade do Texas — sem realmente usar esses termos explícitos.

"Na história da Venezuela e dos países sul-americanos, muitas vezes os militares são os agentes da mudança quando as coisas estão ruins e a liderança não pode mais servir ao povo", disse Tillerson.

Mas não são apenas funcionários do governo. Até mesmo o aclamado jornal The New York Times entrou na ação, publicando um editorial sobre como Maduro "deve sair" e discutindo a melhor maneira de "se livrar" dele — embora a publicação conseguisse se conter um pouco e não exigisse um golpe direto.

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