Copa segura: Brasil e Rússia assinam cooperação policial no Mundial da FIFA

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e o embaixador da Rússia, Sergei Akopov, assinaram nesta segunda-feira um termo de cooperação policial internacional entre o Brasil e a Rússia para a Copa do Mundo 2018.
Sputnik

Ao todo, cinco agentes da Polícia Federal percorrerão as 11 cidades-sede da Rússia e visitarão os locais onde a Seleção Brasileira vai jogar durante a Copa.

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O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, destacou a participação cada vez maior dos agentes federais brasileiros em grandes eventos internacionais e explicou que os policiais brasileiros devem atuar na prevenção de atos de violência e vandalismo, além de prestar atendimento a eventuais ocorrências policiais envolvendo cidadãos brasileiros na Rússia. 

Ainda segundo Galloro, os policiais federais integrarão o efetivo de forças de segurança na sede do Centro de Cooperação Policial Internacional em Moscou, que terá representantes de 18 nações.

"Dois ficarão no Centro de Comando e Controle, fixos, e três acompanharão os jogos da Seleção Brasileira. Eles podem auxiliar em tudo que for possível. Não há um protocolo básico para isso", explicou Galloro.

A Rússia tem investido muito em segurança para a Copa, especialmente no combate a grupos terroristas e ao hooliganismo para evitar que se repita confronto entre torcedores ingleses e russos, ocorrido durante a Eurocopa de 2016, em Marselha, na França. Na ocasião, a batalha tomou conta das ruas da cidade e se estendeu para dentro do estádio.

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O embaixador da Rússia no Brasil, Sergei Akopov, explicou que o acordo firmado com o Brasil vai permitir a troca de dados sobre criminosos dos dois países, ajudando, assim, a impedir a entrada de brasileiros que estejam banidos de estádios no país.

"Unimos nossos bancos de dados sobre as possíveis ameaças que podem surgir, bem como sobre as pessoas que não apresentam uma conduta boa, digamos assim. Essas pessoas estariam bem cuidadas pelas polícias russa, do Brasil e de outros países participantes do Centro Internacional", disse o embaixador à mídia. 

O embaixador Sergei Akopov também informou que o governo russo vai garantir a segurança de grupos LGBTs que forem ao país acompanhar o mundial. O motivo de preocupação seriam ameaças de grupos russos à comunidade LGBT, pelas redes sociais, onde extremistas avisaram que os LGBTs que viajarem ao país para a Copa do Mundo serão atacados.

"Na Rússia não existe nenhum perigo de perseguição aos LGBTs. A única restrição que existe por lei é a propaganda de relacionamentos não tradicionais nas proximidades de centros de educação de crianças. É a única restrição que existe por lei", assegurou o diplomata russo.

"Ninguém vai ser perseguido por essa razão. Podem ficar tranquilos", concluiu.

O ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, acredita que a recente experiência do Brasil como sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, bem como a atuação da Polícia Federal brasileira em outros grandes eventos internacionais, vai ser de grande ajuda para os russos durante a Copa do Mundo.

"O Brasil tem conseguido realizar eventos de larga envergadura e espectro, e tem feito isso bem e com sucesso", disse o ministro.

"A participação da Polícia Federal é uma reciprocidade. Eles também vieram para cá. Não só os russos, mas 190 países participaram do Centro de Comando, Controle e Inteligência Internacional que tivemos aqui nas últimas Olimpíadas. Também será um conforto a mais para o torcedor e torcedora brasileiros, que lá vão poder contar com apoio da Polícia Federal naquilo que seja necessário", declarou Jungmann.

A cooperação entre Brasil e Rússia vai seguir o mesmo modelo adotado na Copa do Mundo de 2014 realizada no Brasil, quando o país recebeu o apoio de delegações policiais das nações representadas no torneio.

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