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Empresário: 'Estamos trabalhando em regime de escravidão' para pagar impostos

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Jovem está promovendo nesta quinta-feira 10ª edição do Dia da Liberdade de Impostos (DLI). Segundo empresário, a iniciativa é um protesto contra os impostos "abusivos" cobrados pelo governo e contra a burocracia do sistema de tributação em si.
Sputnik

Durante toda a quinta-feira, comerciantes de 17 estados brasileiros vendem produtos e serviços sem taxação. Os preços são fixados sem a inclusão de impostos e os tributos são pagos pelas lojas patrocinadoras, mas não repassados aos consumidores. 

Os itens variam de roupas e cosméticos até carro 0km, passando por gasolina, em diversos postos de combustíveis.

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Segundo uma pesquisa do Banco Mundial, divulgada no fim do ano passado, o Brasil está entre os 10 piores países no mundo para pagar impostos. O brasileiro trabalha, em média, 5 meses do ano apenas para pagar as taxas, e não vê um bom retorno em serviços prestados pelo poder público. 

Lucas Pitta, representante da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Jovem, em conversa com Rádio Sputnik Brasil, concordou com essa avaliação.

Para Pitta, o motivo de realizar o movimento todos os anos seria a indignação, "compartilhada por toda a sociedade", frente à alta carga tributária, que segundo ele, impede o desenvolvimento do Brasil. Além disso, o empresário notou a falta de retorno dos impostos arrecadados para a saúde, o transporte, a educação e a segurança. 

"Temos um imposto altíssimo e retorno muito baixo para a sociedade", argumentou.

"A CDL, que na sua essência, representa os comerciantes do Brasil inteiro, sente na pele o que essa tributação excessiva gera de desemprego, falta de fomento ao empreendedorismo. Por isso, ano após ano a gente vem desenvolvendo esse projeto", acrescentou.

O representante da CDL comemorou a alta adesão e o crescimento do evento. Antes, revelou, somente os postos de gasolina participavam. Hoje, no entanto, diversos segmentos abraçaram a data, e comerciantes dos setores de vestuário, medicamentos e alimentação também participam.

O Dia da Liberdade de Impostos não é somente um protesto pela alta carga de taxação. Lucas explicou que o principal problema a falta de retorno dos impostos nos serviços básicos à população. Para o interlocutor da agência, os políticos são os principais responsáveis e os grandes beneficiados pelos tributos, pois estão mais preocupados em "fazer política, do que com a gestão". A receita, para ele, seria cortar mordomias do governo e reinvestir os recursos no Brasil.

"Sem investimento, o Brasil não vai caminhar para frente", afirmou.

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A CDL também reclama do alto nível de burocracia do sistema tributário brasileiro. Além de alta, a tributação incide "em cascata" sobre o produto. "São impostos sobre mais impostos", gerando uma dificuldade no cálculo do valor final. Ou seja, todos os anos o valor a ser pago é somente uma estimativa, visto ser impossível prever as alterações com precisão em função de tantas variáveis.

Ou seja, a simplificação do sistema e a introdução de um imposto único também são uma bandeira importante para o movimento de comerciantes. Principalmente os do varejo, já que os itens de consumo diário são os mais taxados. As bebidas e o combustível são os campeões, afirma Pitta, ao justificar a greve dos caminhoneiros.

"O caminhoneiro está pagando para trabalhar. Quando você para de pagar o imposto, você começa a trabalhar por aquilo que o governo deveria nós dar: saúde, educação, segurança", argumentou.

"Estamos trabalhando em regime de escravidão, vamos dizer assim, só pagando conta o tempo todo e nada para o nosso proveito pessoal", arrematou o empresário.

Pitta acrescentou que o Dia da Liberdade de Impostos tenta expor essa perspectiva para o consumidor.

"Estamos mostrando para o cidadão que o vilão da história não é o empresário. O empresário trabalha para pagar imposto, para sobreviver", explicou.

Segundo o representante dos comerciantes, o objetivo da data é finalmente trazer o "empoderamento da sociedade para o consumo". E advertiu: se os impostos não baixarem, o brasileiro passará a buscar produtos pirateados ou consumirá no exterior.

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