Duterte manda recado a suspeito do tráfico: 'quer viver mais tempo? Fique na prisão'

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, fez uma ameaça velada aos traficantes do seu país, sugerindo que eles encontrem uma maneira de permanecer na cadeia se quiserem continuar vivos.
Sputnik

Conhecido por suas explosões brutais sobre a guerra contra as drogas, Duterte vem sendo constantemente criticado por defensores dos direitos humanos no país e no exterior por sua abordagem prática aos envolvidos no narcotráfico.

Ele assumiu o poder nas Filipinas por causa da promessa de erradicar o comércio ilegal de drogas e o crime de gangues.

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Certa vez, o líder filipino incentivou a polícia a matar "idiotas" que resistem à prisão durante os ataques, ameaçou lançar bombas contra os traficantes e declarou que não hesitaria em assassinar seu próprio filho se as alegações de seu envolvimento em crimes relacionados a drogas se revelassem verdadeiras.

Falando em Manila na última terça-feira, Duterte, que no início do mês negou veementemente ser um homem forte, saiu em outra cruzada verbal contra aqueles que tiram proveito dos lucros das drogas na província de Cebu.

Duterte listou os benefícios de permanecer preso, como uma expectativa de vida potencialmente mais longa.

"Você sabe, se eu fosse vocês em Cebu, ficaria na cadeia. Você quer viver mais tempo? Fique na cadeia", advertiu o líder das Filipinas. "Procure o seu próprio motivo para estar na cadeia. Não saia dessa instalação. Seria saudável para você".

Apesar de invocar a ira de organizações de direitos humanos, incluindo o Conselho de Direitos Humanos da ONU, pelo que seus críticos veem como uma campanha de assassinatos extrajudiciais que ele instigou, o líder permaneceu impassível e prometeu continuar sua guerra pessoal.

Recentemente chamando o Comissário de Direitos Humanos da ONU Zeid Ra'ad Al Hussein de 'filho de uma prostituta' (um insulto que ele usou contra o presidente dos EUA, Barack Obama, há alguns anos), Duterte ameaçou prender uma promotora que lançou uma investigação preliminar sobre as alegações de que ele havia cometido crimes contra a humanidade.

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A polícia afirma que matou mais de 4.100 pessoas em operações antidrogas desde julho de 2016. No entanto, grupos de direitos humanos alegam que o número é pelo menos três vezes maior.

Duterte já se gabava de matar pessoalmente suspeitos criminosos enquanto servia como prefeito da cidade de Davao, no sul, antes de ser eleito presidente em 2016.

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