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PT e PCdoB: Itamaraty rompe tradição da diplomacia brasileira ao condenar Venezuela

Em nota conjunta, PT e PCdoB criticaram a posição do governo brasileiro, que não reconheceu as eleições presidenciais da Venezuela, realizadas no último domingo (20).
Sputnik

Em nota divulgada à imprensa o Itamaraty declarou que as eleições realizadas na Venezuela, ao invés de restaurar a democracia, "aprofundam a crise política no país, pois reforçam o caráter autoritário do regime".

A posição do governo não foi bem recebida pelo PT e pelo PCdoB, que em comunicado conjunto de suas secretarias de relações internacionais felicitaram o povo venezuelano e condenaram a posição do Itamaraty e do Grupo de Lima, de "legitimidade questionável".

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"Torna-se evidente que os ataques dos EUA, da mídia e dos governos do chamado Grupo de Lima emanam de forças hostis à Venezuela e são feitos para deliberadamente criar um ambiente favorável ao golpe e à intervenção externa", alegou o texto assinado pela secretária de Relações Internacionais do PT, Mônica Valente, e pelo secretário de Relações Internacionais do PCdoB, José Reinaldo Carvalho.

O documento lamenta a fato do Itamaraty ter deixado de lado a tradição de neutralidade e de não intervenção em assuntos internos de outros países.

"Nunca a política externa brasileira foi tão partidarizada, subserviente e vilipendiada como tem sido sob o governo golpista. Além de participar dessa manobra intervencionista do Grupo de Lima, o governo ilegítimo de Temer rasga toda a tradição diplomática brasileira de trabalhar para soluções baseadas no diálogo e no respeito à autodeterminação dos povos e nações, envergonhando o país diante do mundo", conclui a nota dos partidos.

No domingo, Nicolás Maduro voltou a vencer as eleições presidenciais, obtendo 5,8 milhões de votos (cerca de 68%). Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, o candidato Henri Falcón obteve mais de 1,8 milhão de votos e Javier Bertucci 952 mil votos. No total, as eleições contaram com a participação de cerca de 46% dos eleitores. A oposição, no entanto, não reconheceu o resultado das eleições, alegando irregularidades no processo eleitoral. 

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