'Tensões no Ártico aumentam diariamente diante dos nossos olhos'

A região do Ártico pode se tornar nova zona "de tensões militares e concorrência" entre Rússia e EUA, diz-se no relatório do Centro de Pesquisa do Congresso norte-americano.
Sputnik

Os autores do documento ressaltam a necessidade de ampliar a presença das tropas norte-americanas na região para "proteger seus interesses". Nos próximos anos, o Pentágono pretende aumentar o número de militares treinados nas condições árticas. Mais anteriormente, OTAN reconheceu o atraso dos países-membros da Aliança em comparação com a Rússia no Ártico.

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Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o diretor do Instituto de Desenvolvimento Estatal Moderno, Dmitry Solonnikov, destacou os interesses dos Estados Unidos na região.

"Os EUA já declararam que têm um interesse enorme pela Rota Marítima do Norte. Dizem que a Rota Marítima do Norte não deve pertencer só à Rússia, mas, sim, para uso internacional, ou seja, para que seja controlada pelos EUA."

De fato, trata-se da continuação de declarações de que a Rússia possui ilegalmente recursos minerais em seu território, sendo bom entregá-los ao controle da comunidade internacional para que território ártico seja aberto a todos os países para proteção dos recursos minerais, liberdade de navegação e comércio, opina Solonnikov.

"Por trás destas declarações se escondem objetivos estratégicos apoiados por certas capacidades militares. Mais especificamente, trata-se das capacidades da OTAN de um lado e da Rússia do outro. China também mostra interesse pela região ártica, tentando participar da agenda. As tensões em torno do Ártico aumentam diariamente diante dos nossos olhos", reforçou o analista.

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Ele acredita que a presença militar da Rússia é justificável, porque o país deve proteger seus interesses. Mais uma gota de tensão é adicionada pelo futuro da Groenlândia que, caso saia do domínio dinamarquês, se tornará um Estado soberano que vai decidir a que bloco aderir, de que estruturas fazer parte e qual política externa adotará.

"A Dinamarca vai perder a saída para a região ártica e pretensões, mas surgirá um novo país — potencial aliado para diferentes jogadores", resumiu.

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