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STF nega liberdade de Lula e sua defesa torna-se estratégica para o PT

Preso desde abril, Luiz Inácio Lula da Silva, através de sua defesa, recorreu da decisão do juiz Sérgio Moro no STF. O julgamento realizado pela 2.ª turma do Supremo foi concluído nesta quinta-feira (10), negando o pedido por unanimidade. A remota candidatura de Lula torna-se cada vez mais uma estratégia para o PT, segundo cientista político.
Sputnik

O julgamento iniciado no dia 4 deste mês tinha prazo determinado até esta quinta-feira (10), às 23h59, para ter os votos dos juízes no plenário virtual.

Por fim, os cinco juízes da 2.ª turma negaram o pedido; Luiz Edson Fachin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. 

Lula nega as acusações. Ele foi condenado e teve sua pena ampliada em janeiro pelo Tribunal Federal da Quarta Região, o TRF-4.

Com a condenação em segunda instância, e permissão do Supremo Tribunal Federal, sua prisão foi solicitada pelo juiz Sérgio Moro na data de 5 de abril, mesmo com recursos a serem julgados pelo TRF-4, o que ocorreu em 18 de abril, também terminando em negativa.

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O ex-presidente, no entanto, ainda tem a possibilidade de obter permissão para concorrer à Presidência da República, através do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido hoje por Luiz Fux e em breve por Rosa Weber. 

Esta última tem votado contra o ex-presidente Lula, o que apresenta um cenário de difícil reversão em prol do líder histórico do Partido dos Trabalhadores (PT).

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"Com a condenação de Lula, ele está enquadrado na Lei da Ficha Limpa. E o ministro Luiz Fux já classificou que todos aqueles que estão enquadrados na Lei da Ficha Limpa são 'irregistráveis', segundo a expressão dele. […] Com Luiz Fux ou Rosa Weber, não acredito nessa possibilidade. Entretanto, enxergo a iniciativa do presidente Lula e do PT como uma estratégia política de procurar manter unidas as forças lulistas e as forças do PT nesse tabuleiro", afirmou à Sputnik Brasil o cientista político Paulo Baía, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para ele, essa é uma estratégia para manter as forças petistas aglutinadas e unidas até o início da campanha eleitoral.

Apesar da estratégia, Lula também teria uma capacidade virtual de transferir votos para outros candidatos, seja alguém do próprio PT, seja um candidato de uma frente de esquerda. O que para Paulo Baía é uma possibilidade ainda não testada e sem garantias.

"Esse mecanismo de transferência de votos é complicado. Nas pesquisas que nós já temos agora, esses votos do Lula se distribuem quase que uniformemente entre os outros candidatos, inclusive para o Bolsonaro", conclui.

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