Se Rússia fosse mais emotiva, Oriente Médio já estaria em chamas, assegura especialista

Recentemente o presidente da Síria, Bashar Assad afirmou que atualmente uma guerra mundial de novo tipo está sendo realizada no Oriente Médio. Sua declaração foi comentada pelo especialista russo, Bogdan Bezpalko.
Sputnik

Na recente entrevista ao jornal grego Kathimerini, o líder sírio afirmou que atualmente uma guerra mundial muito específica ocorre no Oriente Médio. Sobre isso, ele expressou esperanças de que "as superpotências mundiais não se envolverão em um conflito direto".

No entanto, Assad opina que a "3ª Guerra Mundial não se iniciará graças ao sábio governo da Rússia que entende que o real problema do conflito são os EUA…".

Neste contexto, o especialista em ciências políticas Bogdan Bezpalko comentou as declarações do presidente sírio e a situação atual no Oriente Médio ao serviço russo da Rádio Sputnik.

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"É evidente que no Oriente Médio está se realizando uma 'guerra por procuração' em que vários países tentam resolver seus problemas usando combatentes. Mas não se trata apenas de tal superpotência como EUA, mas também de seus aliados regionais. Rússia teve que interferir no conflito. Como resultado, unidades limitadas da Força Aeroespacial russa mudou radicalmente o rumo da guerra, garantindo a vantagem ao governo legítimo da Síria", afirmou.

"A Rússia resiste às provocações e não cruza as linhas vermelhas, marcadas por ela própria, já que há muito isso teria se tornado um pretexto para um conflito maior, e caso o governo da Rússia fosse mais emotivo, como é o presidente norte-americano [Donald Trump], todo Oriente Médio já estaria em chamas", apontou.

Ao invés disso, destacou o especialista, a Rússia prefere se conter e combater seus adversários previamente nomeados, ou seja, os grupos terroristas como o Daesh (organização terrorista proibida em vários países, incluindo a Rússia) e seus semelhantes.

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Segundo opina Bezpalko, a tática calma e firme da Rússia mostrou sua eficiência na Síria e finalmente, após todos os "caldeirões" na Síria serem liquidados, "todo o território voltará sob o controle do governo legítimo". "Prestamos apoio a nossos aliados, mas, ao mesmo tempo, reagimos moderadamente às provocações e não deixamos que o conflito se desenvolva a caminho do caos, que é impossível de controlar", ressaltou.

O conflito militar na Síria foi iniciado na primavera de 2011 e dura desde então. A Rússia lançou operação militar antiterrorista em setembro de 2015 a pedido oficial das autoridades sírias. Em meados de dezembro do ano passado, o presidente russo Vladimir Putin ordenou o início da retirada das tropas russas do país.

A coalizão, liderada pelos EUA, começou a operação militar na Síria em 2014 sem a permissão oficial do governo sírio.

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