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Analista: prisão de Lula mostra que Exército assumiu papel-chave na política brasileira

O argentino ganhador do Prêmio Nobel, Adolfo Pérez Esquivel, afirmou que Luiz Inácio Lula da Silva é um prisioneiro político e que está mantido na prisão totalmente asilado. Por vez, o cientista político Alejandro Frenkel, advertiu que a prisão de Lula mostra que os militares assumiram um papel-chave na política brasileira.
Sputnik

Adolfo Pérez Esquivel, ativista argentino de direitos humanos, disse que o ex-presidente do Brasil "foi privado do contato com a sociedade", referindo-se às severas condições de isolamento em que se encontra o prisioneiro. O argentino lidera a iniciativa internacional que tenta indicar o petista ao Prêmio Nobel da Paz.

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Além disso, Pérez Esquivel abordou a questão da Unasul e tentativas de enfraquecer a organização.

"Os Estados Unidos querem neutralizar qualquer autonomia ou possibilidade do continente latino-americano. Unasul é um espaço de reflexão e de apoio às democracias na região", disse o argentino citado pela Sputnik Mundo.

A Sputnik Mundo também falou com o cientista político Alejandro Frenkel, que sublinhou a crescente cooperação militar entre os EUA e os países da região, e o papel do Exército em geral.

"A agenda da segurança é uma prioridade para os EUA, sendo a América Latina seu círculo de segurança", afirmou.

Segundo Frenkel, que antes foi conselheiro na Unasul, sob o governo de Trump, o papel do Pentágono na política externa de Washington se aprofundou fazendo com que a estratégia norte-americana na região "tenha um pulso militar".

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O analista lembrou que, até agora na história não houve nenhuma intervenção direta dos EUA em nenhum país da América do Sul, mas destacou o que ocorreu recentemente no Brasil.

"O chefe do Exército ameaçou com uma intervenção se o Supremo Tribunal Federal não prendesse Lula. As Forças Armadas assumiram um papel fundamental na política brasileira", concluiu.

O ex-presidente está preso desde 7 de abril, cumprindo pena por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Anteriormente, Adolfo Pérez Esquivel pediu autorização e afirmou que vai indicar, em setembro, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Prêmio Nobel da Paz. O ativista até pediu autorização para visitar o petista na prisão, mas esta foi negada pela juíza Carolina Lebbos, responsável pela custódia do ex-presidente.

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