Opinião: Rússia não permitirá que alguém entre no conflito sírio e ameace seus aliados

Nos últimos meses, aviões militares da Rússia várias vezes se aproximaram de forma perigosa de navios franceses, afirmou o comandante da Marinha do país, almirante Christophe Prazuck. Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista militar Ogel Glazunov comentou a situação.
Sputnik

Aeronaves militares da Rússia se aproximaram de forma perigosa de navios franceses em oito ocasiões nos últimos meses, assinalou o comandante da Marinha do país, almirante Christophe Prazuck, citado pela agência AFP.

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Falando perante a Comissão Internacional de Segurança do Senado em abril, o almirante disse que, por exemplo, no início deste ano, um caça russo da base naval de Tartus, na Síria, alegadamente se aproximou da fragata francesa Aquitaine que está navegando perto da costa síria desde 2015.

O almirante Prazuck disse também que, durante os últimos anos, a Rússia e China reforçaram significativamente o seu status naval e estratégico.

Analista da Associação de Especialistas em Assuntos Militares, Oleg Glazunov comentou a situação em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

"A França pretende virar um ator mundial, [o presidente francês Emmanuel] Macron vem enviando navios e aviões ao litoral da Síria – mas já que você quer desempenhar um papel de ator mundial e se envolver nos conflitos principais, se deve acostumar à presença de outros países no conflito", assinalou o especialista.

"Nossos aviões, ao se aproximarem dos navios franceses, mostraram que ninguém permitirá que alguém interfira e ameace os nossos aliados sírios. Nós já demonstramos que nosso exército é capaz de solucionar quaisquer problemas", acrescentou.

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Além disso, Glazunov recordou que a Rússia é o único país a participar da operação antiterrorista na Síria a pedido do presidente do país.

"O presidente legítimo da Síria, Bashar Assad, convidou ao seu país somente a Rússia. Sendo assim, nem os EUA, nem a França ou alguma outra potência têm bases para se envolverem no conflito sírio, segundo as normas do direito internacional. Assim, os nossos pilotos avisaram os países que interferem na campanha síria sem terem para isso qualquer direito", ressaltou o analista.

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