Urbano e visceral: Brasília recebe retrospectiva da produção de Jean-Michel Basquiat

Depois de passar por São Paulo, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) vai apresentar em Brasília a retrospectiva com mais de 80 peças de Jean-Michel Basquiat, entre quadros, desenhos, gravuras e pratos pintados.
Sputnik

A capital receberá a partir de 21/04, a maior exposição de Jean-Michel Basquiat já realizada na América Latina. A mostra já passou por São Paulo e depois de Brasília vai seguir para Belo Horizonte e Rio de Janeiro, respectivamente.

A curadoria é de Pieter Tjabbes e levou cerca de dois anos de negociações para conseguir trazer as obras para o país, depois de uma disputa entre vários países, entre eles Coreia do Sul, Japão e Rússia.

Em busca dos genes de Dalí: grande artista 'teria gostado de ser ressuscitado'
"Basquiat é um dos maiores artistas de ascendência afro-caribenha e é exaltado em todo o mundo. Ele é, fundamentalmente, um artista de Nova Iorque. Sua obra personifica o caráter da cidade nos anos 70 e 80, quando a mistura de empolgação e decadência da cidade criou um paraíso de criatividade. Sua obra reflete os ritmos, os sons e a vida da cidade. Ela sintetiza o discurso artístico, musical, literário e político de Nova Iorque durante este período tão fértil", afirma o curador.

Basquiat nasceu em 1960 e morreu jovem, aos 27 anos, de overdose. Seu pai era haitiano e, sua mãe, descendente de imigrantes porto-riquenhos. Desde muito cedo, foi reconhecido como um garoto excepcionalmente inteligente.

Juarez Xavier, professor do curso de jornalismo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e coordenador do Núcleo Negro para Pesquisa e Extensão diz que para entender o significado de Basquiat é necessário olhar também para seu significado fora do universo das artes.

"O Basquiat transcende o universo da arte, ele foi um grande agitador político e cultural e também com impacto nas linguagens artísticas. Basquiat é uma figura que eu considero emblemática nesse meio dos anos 70 e anos 80 pela sua proposta disruptiva, pela sua coragem intelectual, pela leitura e denúncia que ele fazia do racismo de modo geral na sociedade americana e nas artes", afirmou à Sputnik Brasil.

Xavier destaca a presença de figuras das tradições africanas e outros elementos que mostram como era a formação da cultura negra nos Estados Unidos.

"Ele flertou com várias linguagens, mas sempre com esse propósito de recuperação de aspectos da ancestralidade negra e afirmação de uma sociedade pela segregação racial", disse.

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A curadoria é de Pieter Tjabbes e levou cerca de dois anos de negociações para conseguir trazer as obras para o país, depois de uma disputa entre vários países, entre eles Coreia do Sul, Japão e Rússia.
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Basquiat nasceu em 1960 e morreu jovem, aos 27 anos, de overdose. Ele é mais um artista que sofreu da chamada maldição do “Clube dos 27”, junto com Jim Morrison, Jimi Hendrix e Janis Joplin. Seu pai era haitiano e, sua mãe, descendente de imigrantes porto-riquenhos. Desde muito cedo, foi reconhecido como um garoto excepcionalmente inteligente.
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Juarez Xavier, professor do curso de jornalismo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e coordenador do Núcleo Negro para Pesquisa e Extensão diz que para entender o significado de Basquiat é necessário olhar também para seu significado fora do universo das artes.
“O Basquiat transcende o universo da arte, ele foi um grande agitador político e cultural e também com impacto nas linguagens artísticas. Basquiat é uma figura que eu considero emblemática nesse meio dos anos 70 e anos 80 pela sua proposta disruptiva, pela sua coragem intelectual, pela leitura e denúncia que ele fazia do racismo de modo geral na sociedade americana e nas artes”, afirmou.
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Juarez Xavier destaca a presença de figuras das tradições africanas e outros elementos que mostram como era a formação da cultura negra nos Estados Unidos.
“Ele flertou com várias linguagens, mas sempre com esse propósito de recuperação de aspectos da ancestralidade negra e afirmação de uma sociedade pela segregação racial”, disse.
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Recentes exposições em Nova Iorque, Milão, Roma e Londres têm valorizado ainda mais sua produção e suas obras – no ano passado, uma tela sua, Sem título (1982), foi vendida por mais de US$ 110 milhões de dólares num leilão, fazendo deste trabalho a mais cara obra de arte norte-americana já vendida.
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Em 2018, além do Brasil, Alemanha (Frankfurt) e França (Paris) receberão mostras representativas do artista.

Recentes exposições em Nova Iorque, Milão, Roma e Londres têm valorizado ainda mais sua produção e suas obras – no ano passado, uma tela sua, Sem título (1982), foi vendida por mais de US$ 110 milhões de dólares num leilão, fazendo deste trabalho a mais cara obra de arte norte-americana já vendida.

Em 2018, além do Brasil, Alemanha (Frankfurt) e França (Paris) receberão mostras representativas do artista.

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