Ex-funcionário do Pentágono condena ataque dos EUA e aliados na Síria

O último ataque de mísseis dos países ocidentais contra a Síria mostra a convicção errada dos políticos norte-americanos de que, através das armas de alta precisão, eles podem derrubar governos e mudar o rumo dos conflitos, acredita o ex-analista do Departamento de Defesa norte-americano Chuck Spinney.
Sputnik

"Acho que esses ataques são um exemplo típico que mostra que estamos a enganar-nos a nós próprios acreditando que nossas tecnologias complexas nos dão uma capacidade revolucionária de ver e entender nosso inimigo, identificar suas atividades importantes e vitais", disse ele em uma entrevista à Sputnik.

Segundo Spinney, a posse de armas de alta precisão cria um tipo especial de visão do mundo tanto na esfera militar como na política, visão que influi nos políticos (tais como o assessor de segurança nacional do presidente dos EUA, John Bolton) que não sabem nada sobre os limites das capacidades dessas tecnologias.

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Para o analista, o entusiasmo dos políticos norte-americanos em relação aos sistemas de longo alcance e armas de alta precisão levou a que eles acreditassem que podem influenciar os países e diferentes conflitos por todo o mundo.

"Os politiqueiros pensam que podem estar em Washington e controlar a cada instante um conflito em outra parte do planeta. Essa concepção do mundo leva a diferentes ideias imprudentes de controle dos acontecimentos e lançamento de sinais, a erros e à escalada", explicou ele.

Na madrugada de 14 de abril, os EUA, Reino Unido e França, efetuaram um ataque de mísseis contra infraestruturas militares e civis sírias. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, foram lançados 103 mísseis de cruzeiro, cuja maior parte foi interceptada pelos sistemas antiaéreos sírios. O pretexto para o ataque foi o incidente em 7 de abril, na cidade síria de Douma, onde alegadamente teriam sido usadas armas químicas.

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