Israel tem 'total liberdade de ação' para bombardear alvos na Síria, diz ministro

Israel não aceitará quaisquer limitações a suas operações no espaço aéreo sírio contra a "ameaça iraniana", disse o ministro israelense da Defesa, Avigdor Lieberman, expressando esperanças de que as linhas de "comunicação" com Moscou ajudem a evitar qualquer "atrito" no ar.
Sputnik

Na manhã desta terça-feira, uma série de ataques com mísseis voltou a mirar a infraestrutura militar síria. O Pentágono, que liderou o ataque coordenado de 14 de abril contra alvos sírios com seus aliados britânicos e franceses, negou seu envolvimento em atacar um novo conjunto de alvos.

Israel, que atingiu o campo de aviação Tiyas (T-4), na província de Homs, em 9 de abril, também não reconheceu o bombardeio de seu vizinho. No entanto, o novo ataque contra a Síria ocorre poucas horas depois que Lieberman prometeu proteger os interesses nacionais do país, violando o espaço aéreo sírio, se necessário.

"Vamos manter total liberdade de ação. Não vamos aceitar nenhuma limitação quando se trata de defender nossos interesses de segurança", disse Lieberman ao site Walla News na segunda-feira, observando que "todas as opções estão na mesa".

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Dois caças israelenses F-15 atacaram a base T-4 da Síria na província de Homs, informou o Ministério da Defesa russo após o ataque surpresa de 9 de abril. Os jatos dispararam oito mísseis guiados, mas cinco deles foram abatidos antes de atingirem o aeródromo. O ataque à base T-4 ocorreu em um momento crítico depois que potências ocidentais acusaram o governo sírio e prometeram retaliação por um suposto ataque de cloro na cidade de Douma, controlada pelo militante, em 7 de abril.

A Rússia, que tem uma linha de coordenação militar com Israel para evitar confrontos na Síria, chamou o ataque de "um desenvolvimento muito perigoso". Moscou também notou anteriormente que derrubará qualquer projétil que possa ameaçar o pessoal russo no solo.

Na segunda-feira, Lieberman elogiou a linha telefônica direta entre Israel e Rússia, observando o sucesso do mecanismo estabelecido para evitar qualquer "atrito" nos céus da Síria.

"Não queremos provocar os russos", declarou Lieberman ao Walla News. "Temos uma linha aberta de comunicação no nível dos oficiais superiores. Os russos nos entendem e o fato é que durante anos conseguimos evitar o atrito com eles".

Embora respeitando os interesses da Rússia na Síria, Israel continuará a confrontar a ameaça iraniana em suas fronteiras, disse Lieberman, reiterando a posição de Tel Aviv de que as forças armadas israelenses têm o direito de atacar alvos ligados ao Irã que Israel acredita serem destinados ao grupo xiita libanês Hezbollah.

"Temos que fazer o que somos forçados a fazer. Não vamos permitir a consolidação iraniana na Síria", afirmou Lieberman. "Não toleraremos uma força militar iraniana significativa na Síria, na forma de portos e aeroportos militares, ou a implantação de armas sofisticadas".

Falando aos membros do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF) na segunda-feira, o ministro da Defesa pediu "fortalecer ainda mais a preparação" para que os militares israelenses enfrentem a ameaça iraniana.

"Estamos diante de uma nova realidade — o Exército libanês, em cooperação com o Hezbollah, o Exército sírio, as milícias xiitas na Síria e acima deles Irã — estão se tornando uma única frente contra o Estado de Israel", observou Lieberman.

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O ataque T-4 no começo deste mês, que Israel ainda não reconheceu oficialmente, teria como alvo o programa de drones do Irã. O ataque supostamente matou sete soldados iranianos de pelo menos 14 baixas relatadas.

Na segunda-feira, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Bahram Qassemi, condenou o ataque, observando que Israel "mais cedo ou mais tarde receberá as respostas necessárias ao recente crime e agressão".

"Longe vão os dias de 'bater e fugir' para Israel", analisou Qassem. "Forças de resistência na região são capazes de responder no lugar certo e na hora certa".

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