Policia atira contra manifestantes na Nigéria

A polícia nigeriana disparou tiros de arma de fogo e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes muçulmanos xiitas que marchavam pela liberdade de seu líder na capital nesta segunda-feira (16). Os organizadores afirmam que ao menos um manifestante foi morto e há vários feridos.
Sputnik

O líder do Movimento Islâmico da Nigéria (IMN, na sigla em inglês), Ibrahim Zakzaky, está preso desde dezembro de 2015, quando as forças de segurança mataram centenas de membros do grupo. 

A violenta repressão do grupo e a detenção de seu líder atraíram acusações de que o governo do presidente Muhammadu Buhari está abusando dos direitos humanos. O Movimento Islâmico da Nigéria diz que Zakzaky deve ser solto já que as denúncias contra ele foram consideradas ilegais. A organização tem feito protestos pacíficos nos últimos meses.

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Há um temor de que o grupo islâmico possa se radicalizar — assim como aconteceu com o Boko Haram após a polícia matar um de seus líderes. 

"Quando começamos a protestar, eles começaram a atirar bombas de gás lacrimogêneo e a usar canhões de água", disse à Reuters por telefone Abdullahi Muhammad, líder da juventude do IMN. "Nós nos recusamos a dispersar e eles usaram balas também, e eles atiraram em tantas pessoas".

A polícia informou em comunicado que os manifestantes feriram 22 policiais e que 115 manifestantes foram detidos. Já o IMN diz que foram 230 os detidos. 

Quase todos os muçulmanos que compõem cerca de metade da população da Nigéria são sunitas. O IMN foi fundado na década de 1980 após a revolução no Irã, principalmente xiita, em 1979, que inspirou os fundadores do grupo.

Um inquérito judicial após os confrontos de dezembro de 2015 concluiu que os militares mataram 347 membros do IMN na base de Zakzaky, a cidade de Zaria. Soldados enterraram os corpos em valas comuns. O grupo chama o incidente de "o massacre de Zaria".

"A única coisa que impedirá esses protestos é quando o governo libertar nosso líder", disse Muhammad.

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